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A audiência pública com a presença do ministro do Esporte, Orlando Silva, era sobre a Lei Geral da Copa do Mundo, mas a oposição na Câmara dos Deputados aproveitou a oportunidade para questionar o chefe da pasta, alvo de denúncias de irregularidades.
O primeiro a se manifestar foi o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), que afirmou não aceitar o clima de "normalidade" que o ministro tentava impor ao visitar deputados para expor o conjunto de regras para a realização da Copa do Mundo em 2014.
"O Brasil não quer Vossa Excelência falando sobre a Lei Geral da Copa. O Brasil quer Vossa Excelência distante do Ministério do Esporte", disse o deputado durante a sessão, se dirigindo ao ministro.
ACM Neto lembrou que a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, aceitou pedido do Ministério Público para investigar denúncias de um suposto esquema de desvio de recursos na pasta, que seria coordenado por Silva.
Para o deputado, o ministro não reúne condições para se manter no cargo, pois passou à condição de "investigado".
O deputado Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB na Casa, por sua vez, questionou o ministro sobre a denúncia publicada nesta terça-feira no jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual Silva teria assinado documento que diminui a exigência de contrapartida de organização não-governamental dirigida pelo policial João Dias Ferreira, o mesmo que denunciou o suposto esquema.
O policial deve prestar esclarecimentos em audiência pública na Câmara, na quarta-feira.
"Ele (Silva) não deveria estar sentado nesta cadeira, neste instante, como ministro do Esporte", disse o tucano.
O clima ficou mais tenso quando o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), deixou a sessão após ter seu pedido para falar negado pelo presidente da comissão, deputado Renan Filho (PMDB-AL). Bueno se referiu à audiência como "palhaçada".
O ministro discorreu apenas sobre a Lei Geral da Copa e até o momento não respondeu os questionamentos da oposição. A audiência ainda está em andamento.
Orlando Silva é alvo de uma série de denúncias de que teria participado --e até coordenado-- um suposto esquema de desvio de dinheiro do ministério. Parcela de recursos destinados a organizações não-governamentais (ONGs), por meio do programa ministerial Segundo Tempo, teriam sido desviados para abastecer os cofres do PCdoB, partido de Silva.
Na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff decidiu manter o ministro no cargo, após reunião com ele. Fonte do Planalto disse à Reuters que Dilma deve aguardar e avaliar as repercussões do caso, para então tomar uma decisão definitiva.
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