sexta-feira, 1 de abril de 2011

Para analista, inflação é maior desafio de Dilma



Maria Regina Silva - O Estado de S.Paulo
O principal desafio do governo Dilma Rousseff nos próximos meses é combater a inflação. A avaliação é do estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani, em entrevista à AE TV, da Agência Estado. "O País tem outras questões bastante complicadas, mas certamente hoje a grande questão é a inflação absurdamente elevada."
Padovani afirmou que o governo tem mostrado preocupação com a inflação, reagindo para evitar um avanço desgovernado. Segundo ele, o Banco Central já indicou uma nova alta da taxa Selic e demonstrou que está preocupado com o ajuste fiscal. "Parte da inflação atual não se deve a erro deste governo, mas, fundamentalmente, a erro do governo anterior. Essa inflação é resultado direto das políticas adotadas em 2009 e 2010, é uma herança ruim", destacou, referindo-se ao governo Lula.
Padovani acredita que o BC deve promover uma última alta do juro básico de 0,50 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de abril, elevando a taxa Selic para 12,25% ao ano.
O economista ressaltou que a estratégia adotada pelo BC para combater a escalada de preços é tecnicamente correta, mas acredita que a instituição corre riscos altos ao admitir que não trabalha mais com a inflação no centro da meta de 4,5% para 2011.
Sobre as medidas macroprudenciais adotadas no fim do ano passado, o analista disse que é difícil avaliar os impactos sobre toda a economia. Mas ressaltou que já é possível perceber alguns efeitos pontuais das medidas, como a redução na concessão de crédito para a compra de veículos. No entanto, Padovani observou que ainda é cedo para falar em desaceleração do crédito, que segue em ritmo elevado. 

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