sexta-feira, 11 de abril de 2014

Appa auxilia comunidade do entorno a criar solução para tratamento de água



A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) está promovendo o programa de educação ambiental da dragagem de manutenção nas comunidades no entorno do Porto. Esta semana, o trabalho está sendo realizado na comunidade pesqueira de São Miguel, que participou, na quarta-feira (09), de palestra sobre Saneamento Básico. O objetivo da atividade não é apenas abordar o tema, mas, principalmente, propor uma solução: a criação de um filtro alternativo para tratar a “água cinza” - águas provenientes de chuveiros, pias, tanques.

“As água cinzas são efluentes carregados de compostos químicos presentes nos materiais de limpeza e de higiene pessoal, além de gorduras corporais e dos alimentos, que acabam poluindo rios e mar”, explica a bióloga da equipe, Gabriela Magalhães.

Esse tema está sendo abordado por demanda da própria comunidade de São Miguel. No Diagnóstico Sócio-ambiental Participativo realizado pela Appa, problemas de saneamento básico foram levantados pelos moradores como um dos mais críticos na comunidade. 

“O Programa de Educação Ambiental, assim como o de Comunicação Social, integra um escopo que visa atender as condicionantes emitidas pelo Ibama na Licença de Instalação dessa campanha de dragagem dos Portos do Paraná. Porém, ao propormos as atividades, procuramos atender os anseios das comunidades. Desde o início, a preocupação do Governo do Estado não é apenas desenvolver os Portos do Paraná, mas, com ele, melhorar a qualidade de vida da população do entorno, seja na cidade ou nas ilhas”, afirma o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

ATIVIDADE - Dessa primeira palestra devem participar entre 20 e 30 alunos, além de pais e professores da escola da comunidade. Será desenvolvida da seguinte forma: nesse primeiro momento serão abordados os temas saneamento básico, situação atual da região (Estado e Município), águas negras e cinzas, impacto do lançamento destes efluentes sem tratamento, tratamentos convencionais, tratamentos alternativos e sistema de tratamento de água cinza.

Na próxima semana, será desenvolvida a oficina específica do sistema de filtro de águas cinza. “Na comunidade de São Miguel, algumas residências são atendidas por fossa séptica e outras não. No entanto, nenhum cuidado é tomado em relação ao lançamento de águas provenientes de chuveiros, pias, tanques (águas cinzas) diretamente no ambiente. De acordo com essa demanda, foi proposto a implementação do filtro”, completa a bióloga.

MECANISMO – Na oficina de construção do filtro, todos os membros da equipe técnica e as pessoas da comunidade participam de todas as partes do processo. O sistema de filtração se dá por caixas (quatro) conectadas por cano de PVC. Cada caixa tem uma função de filtração e as quatro são somadas, ao final, por um círculo de bananeiras. 

As caixas promovem a remoção da gordura, a retenção do materialparticulado e a remoção de compostos químicos. O círculo de bananeiras promove a remoção do restante dos compostos químicos que não ficaram retidos nas caixas através do processo de biorremediação realizado por fungos e bactérias presentes na cava das bananeiras, buraco contendo galhos, pedaços de madeira e folhas. 

Esses fungos e bactérias, que vivem e se alimentam da madeira, promovem a quebra dos sais inorgânicos através de ações enzimáticas. As bananeiras tem a função de evapotranspirar a água contida na caixa, sendo que cada indivíduo (bananeira) tem a capacidade evapotranspirar cerca de 40 litros de água no verão.

Durante o desenvolvimento das atividades – construção das partes, montagem e finalização – os membros do grupo de trabalho irão incitar as discussões sobre o trabalho em grupo, alternativas de tratamento de águas negras, problemática ambiental dos efluentes e o cenário do saneamento na região.

“O objetivo é trabalhar o pensamento e raciocínio crítico sobre o assunto saneamento e sobre possibilidades de contornar as dificuldades, seja através da participação pública ou por ações da própria organização social”, conclui.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – As atividades do Programa de Educação Ambiental da atual campanha de dragagem começaram no final de janeiro. Antes disso, em novembro, porém, foi feito o primeiro contato com as comunidades, para informar o inicio da dragagem, trechos a serem dragados, impactos, programas de monitoramento e etc.

Em janeiro, a primeira ação foi a educação com os trabalhadores da draga XIN HAI NIU. Nos meses de fevereiro e março, foram realizadas palestras e oficinas com as comunidades, em parceria com a equipe do Sistema de Gestão Ambiental da Appa. Em fevereiro, o tema abordado foi reciclagem e as oficinas mostram o processo com o papel. No mês seguinte, em março, o tema permaneceu, mas o objeto das oficinas foi a gestão e reciclagem do óleo de cozinha. 

Essas atividades foram desenvolvidas nas comunidades de Encantadas, Vila Maciel, Piaçaguera e Vila Guarani, São Miguel, Ponta da Pita, Praia dos Polacos, Ponta Oeste, Europinha, Eufrasina, Nova Brasília e Ilha das Peças.

Além das palestras e oficinas, nas comunidades de Ponta Oeste, São Miguel, Europinha e Eufrasina, foram realizadas rodas de bate-papo sobre o tema licenciamento ambiental. O objetivo desta atividade foi promover uma discussão e compreensão sobre o licenciamento ambiental com a comunidade, com enfoque nas obras de dragagem. Os temas abordados foram: licenciamento ambiental, impactos da dragagem, área de influencia, monitoramento, mitigação e compensação; papel dos pescadores artesanais no licenciamento ambiental; e questões a transformar na comunidade, essa discussão com o intuito de facilitar a elaboração de documentos e a resolução de ações próprias.

Para o mês de abril, o cronograma está focado na comunidade de São Miguel e, novamente, na educação ambiental da draga, que será feita na próxima semana, também, com data a ser confirmada.

Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em:

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