terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aldo Rebelo diz que não pretende retomar 60 projetos de ONGs



no Terra
 O ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), disse nesta segunda-feira que, apesar de não ter animosidades com ONGs, não pretende mais retomar cerca de 60 contratos, os quais ainda não chegaram a ser executados, nem o governo teria efetuado qualquer pagamento. A informação é da rádio CBN. No mesmo dia, ele informou três novos nomes que irão compor a pasta.

A economista Paula Pini, hoje coordenadora de projetos do Banco Mundial, foi nomeada secretária-executiva. Para chefiar a Assessoria de Relações Internacionais, foi chamado o diplomata Carlos Henrique Cardim, que até 2011 ocupava o posto de embaixador na Noruega e na Islândia. A Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social será ocupada pelo vice-almirante reformado da Marinha do Brasil Afonso Barbosa, que deixa a diretoria da Bunge.

Há 10 dias, a Folha de S. Paulo publicou matéria em que afirmava que o nome do velejador Lars Grael estava sendo cotado para assumir a Secretaria de Esporte Educacional. A informação foi prontamente negada pelo atleta que garantiu nunca ter tratado "de convites e cargos", até mesmo porque não poderia aceitar em função de seus "compromissos como velejador e palestrante".

Orlando Silva pede demissão do Ministério do Esporte 
Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do Ministério do Esporte no dia 26 de outubro, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do seu partido, Renato Rabelo. Silva não resistiu à pressão para que deixasse o cargo após denúncias de fraudes em contratos entre a pasta e organizações não-governamentais (ONGs). Sexto ministro de Dilma a cair ainda no primeiro ano de governo, Silva foi apontado por uma reportagem da revista Veja de outubro como o líder de um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Na falta de um nome definitivo indicado pela presidente, o secretário-executivo da pasta, Waldemar de Souza, também do PCdoB, assumiu a chefia no ministério interinamente.

Segundo o delator do suposto esquema, o policial militar e militante do PCdoB João Dias Ferreira, ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

Ferreira foi um dos cinco presos em 2010 durante a Operação Shaolin, que apontou diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades. Por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, ele firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006. Antes de pedir demissão, Silva exigia a Ferreira a devolução do dinheiro repassado. No dia 17 de outubro, o então ministro protocolou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse as denúncias.

No dia 19 de outubro, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem que afirmava que a pasta prorrogara até agosto de 2012 um convênio de R$ 911 mil do programa Segundo Tempo com uma entidade de fachada que, apesar de ter assinado o contrato em dezembro de 2009, jamais executou o projeto no entorno do Distrito Federal. O jornal ainda acusou a mulher de Orlando Silva, Ana Petta, de ter recebido recursos públicos de uma ONG de filiados do PCdoB. Petta teria utilizado sua empresa de produção cultural, a Hermana, para assinar contrato com ONG Via BR, que havia recebido R$ 278,9 mil em novembro de 2010.

No dia 24, Ferreira prestou depoimento à PF, no qual afirmou que pelo menos 20 ONGs estariam dispostas a delatar o suposto esquema. Ele entregou 13 áudios, um celular e mídias que comprovariam os desvios. Segundo o PM, no entanto, nenhum continha a voz de Silva, assim como nenhuma das provas o atingia diretamente. No dia seguinte, o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a abertura de inquérito para investigar o caso. De acordo com o advogado de Silva, foi o próprio ex-ministro quem pediu a investigação, mas ele teve que abrir mão do cargo após o governo avaliar que não poderia mantê-lo sendo investigado pela mais alta corte do País.

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