terça-feira, 14 de junho de 2011

Volvo do Brasil vai fabricar ônibus híbrido


Empresa venceu disputa com Índia e México e será a primeira fora da Europa a ter uma linha de veículos com a tecnologia

Cleide Silva - O Estado de S.Paulo
A Volvo de Curitiba (PR) venceu disputa com filiais da Índia e México e será a primeira a produzir chassi para ônibus híbrido, movido a eletricidade e diesel, fora da Europa. O investimento será de US$ 10 milhões. Agora, a empresa parte para nova conquista, a da produção de ônibus articulados com a mesma tecnologia. A matriz vai decidir até dezembro quem ficará com esse projeto.
O projeto está incluído num plano de investimento de cerca de US$ 125 milhões (R$ 200 milhões) a ser aplicado em um ano e meio. Além do híbrido, inclui nacionalização de caixas de câmbio eletrônicas e nova linha de pintura. Segundo o presidente da Volvo Bus Latin America, Luis Carlos Pimenta, o fator decisivo para a escolha do Brasil foi a expectativa de demanda no mercado interno e em outros países da América Latina, além da capacidade tecnológica da unidade. Se fossem levados em conta só os custos produtivos, o País sairia em desvantagem, disse. "Não somos competitivos em manufatura, pelos fatores já conhecidos, como câmbio, dificuldades logísticas e outros itens."
O anúncio da produção foi feito ontem pelo presidente mundial da Volvo Bus, Hakan Karlsson, ao prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, em Gotemburgo, sede do grupo na Suécia. Um veículo híbrido produzido na matriz circula por Curitiba desde agosto para testes. A Prefeitura local já autorizou a compra de 60 unidades - 30 em 2012 e 30 em 2013.
A produção do ônibus híbrido vai começar no segundo trimestre de 2012. Inicialmente, serão 80 unidades, mas Pimenta aposta em maior escala com a demanda em outros Estados, em especial para a Copa e a Olimpíada.
A tecnologia desenvolvida pela Volvo é chamada de "híbrida em paralelo". O veículo tem dois motores, um diesel e outro elétrico. "O motor elétrico é usado para arrancar o ônibus e acelerá-lo até uma velocidade aproximada de 20 quilômetros por hora, e também é usado como gerador de energia durante as frenagens", explicou a empresa. O motor diesel entra em funcionamento em velocidades altas.
O preço do híbrido é 50% a 60% superior ao de um movido a diesel. A estimativa é que custe entre R$ 650 mil e R$ 700 mil. Com economia de combustível e vida útil maior, o gasto se paga em seis anos, disse Pimenta.
Parte do desenvolvimento do ônibus será feita pela Volvo brasileira, que também vai desenvolver grupo de fornecedores, entre os quais o de motores elétricos. O fabricante da carroceria será definido em breve.
PARA LEMBRAR
Estratégias são variadas
No ano passado, a brasileira Agrale apresentou o Hybridus, ônibus movido a eletricidade e a diesel desenvolvido no Brasil. A empresa estimou em R$ 600 mil o preço do veículo e disse que, se houvesse demanda, poderia produzi-lo a partir deste ano. A Mercedes-Benz testa em São Paulo ônibus movido a diesel de cana, enquanto a Scania optou pelo etanol. No mês passado, entregou as primeiras 50 unidades para a Prefeitura de São Paulo e recebeu pedido de 10 unidades da Viação Tupi. A MAN preferiu o flex GNV e diesel, que está sendo testado na cidade do Rio. Já a Iveco trabalha no desenvolvimento de um micro-ônibus elétrico em parceria com a Usina de Itaipu. 


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