JOÃO BOSCO RABELLO - O Estado de S.Paulo
Enquanto prossegue a luta por cargos entre os governistas, o que há de concreto no cenário político são os primeiros movimentos dos partidos de oposição com maior visibilidade - o PSDB e o DEM. Neste último os bastidores estão mais agitados depois de extinta a ideia de incorporação ao PMDB.
À procura de um espaço no contexto estadual, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pegou carona numa tese embrionária para criar ambiente favorável ao seu projeto pessoal de ir para o PMDB, de olho no espólio político de Orestes Quércia.
Com isso, desfez o sonho do presidente de honra do partido, Jorge Bornhausen, de fazê-lo presidente da legenda e abriu caminho ao processo de "revitalização" do partido, que embute a mudança de comando, com a saída do atual presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ). A corrente do DEM envolvida nessa operação considera que o partido paga hoje o preço de ter trocado a sigla PFL e entregue o comando a políticos mais jovens, entre os quais Rodrigo Maia. Do que Bornhausen, autor das mudanças, já estaria convencido.
A avaliação dessa corrente é a de que o partido perdeu sua identidade política depois de anos como satélite do PSDB, sempre constrangido pela companhia conservadora.
Na prática, quer reassumir esse perfil conservador, afirmando-se como oposição, à direita, sem subterfúgios ou constrangimentos. Quer voltar a ser PFL e conduzido por seus veteranos.
Por Agripino
O fim da tese da incorporação ao PMDB pacifica mas não une as alas do DEM em disputa interna. Os que desejam tirar Rodrigo Maia (RJ) da presidência, pretendem trabalhar pela eleição do senador José Agripino (RN), sob cuja liderança consideram viável a reconstrução do partido.
Só Vice
Michel Temer (PMDB) disse à presidente eleita, Dilma Rousseff, que não tem interesse em nenhuma pasta e que prefere ocupar-se apenas com sua função. Por sua vez, Dilma lhe assegurou assento no Conselho Político, o núcleo duro do governo.
Sem TPM
Cotado para um ministério, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) garante que não sofre de TPM: tensão pré-ministerial. "Sinto uma certa TPM entre os partidos, mas isso não ocorre comigo", afirma. Sem mandato, e à espera de um prêmio de consolação, ele registra: "Nem Lula, nem Dilma me devem nada".
Bloco
Dono da maior bancada do Senado (20 senadores eleitos), o PMDB negocia um bloco com PP (5 senadores), PMN (1 senador) e PSC (1 senador). Se der certo, o grupo ficará com 27 senadores. Quem costura o acordo é o senador Renan Calheiros (AL).
Bloquinho
O PT, em contrapartida, quer manter as alianças que tem hoje - com PR (4 senadores), PSB (3), PCdoB (2) e PRB (1) - e ainda tenta atrair o PDT (4). Somados aos 14 petistas eleitos, o bloco de apoio ao governo ficaria com 28 senadores.
O PT, em contrapartida, quer manter as alianças que tem hoje - com PR (4 senadores), PSB (3), PCdoB (2) e PRB (1) - e ainda tenta atrair o PDT (4). Somados aos 14 petistas eleitos, o bloco de apoio ao governo ficaria com 28 senadores.
Blocão
PSB, PC do B, PDT, PV , PRB e PMN, por sua vez, montam bloco para buscar espaço na Mesa Diretora e nas comissões. Juntos são 100 deputados, o que dá 20% da Câmara.
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