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na Folha.com
O site WikiLeaks publicou uma lista secreta da diplomacia americana com locais em todo o mundo que os Estados Unidos consideram vitais à sua segurança nacional e desejam proteger de ataques terroristas --e que inclui vários locais no Brasil.
Segundo o documento diplomático vazado pelo site, parte de mais de 250 mil telegramas que estão sendo divulgados, o Departamento de Estado americano considera que um ataque a estes locais "afetaria de maneira significativa" a segurança americana.
O telegrama de fevereiro de 2009 pede às representações diplomáticas americanas um inventário das infraestruturas e empresas no mundo "cuja perda afetaria de maneira significativa a saúde pública, a segurança econômica e/ou a segurança nacional dos Estados Unidos".
A lista publicada na noite deste domingo, que envolve muitos países, inclui cabos submarinos de telecomunicações, portos, minas e empresas que fabricam, entre outras coisas, produtos farmacêuticos importantes para a saúde pública.
No Brasil, os olhares americanos estão nos cabos submarinos Americas-2 e GlobeNet, em Fortaleza (CE) e no Rio de Janeiro. O documento de quatro páginas cita ainda a mina de manganês e minério de ferro da Rio Tinto e mina de nióbio em Araxá (MG) --que concentra 75% de toda a produção mundial-- e Catalão/Ouvidor (GO).
Os EUA listam ainda uma mina de cobalto em Kinshasa, no Congo, e vários locais na Europa onde as empresas farmacêuticas produzem insulina, tratamento para picadas de cobra, além de vacinas.
No Oriente Médio, a lista destaca que Qatar será a maior fonte de gás liquefeito natural (GNL) até 2012. Cita ainda Abqaiq, na Arábia Saudita, a maior fábrica de processamento e estabilização de petróleo cru no mundo. O local foi alvo de um ataque da rede terrorista Al Qaeda em 2006.
O entroncamento de oleodutos de Nadym, no oeste da Sibéria, também aparece, como "a instalação de gás mais importante do mundo". Os oleodutos levam gás russo exportado para a Europa Ocidental.
Em alguns casos, indústrias farmacêuticas específicas ou fábricas de produtos sanguíneos são especificadas por sua importância crucial para a cadeia global de suprimento.
Além de infraestruturas estratégicas, o inventário compreende também, entre outros, o canal do Panamá, minas na América Latina e em outras regiões e várias empresas que fabricam vacinas em vários países.
CRÍTICAS
O governo britânico foi o primeiro a criticar o vazamento da lista nesta segunda-feira, ao afirmar que é "prejudicial à segurança nacional dos EUA e do Reino Unido".
A lista inclui vários pontos no Reino Unido, como um cabo transatlântico, uma empresa de engenharia naval na Escócia e três instalações no país de propriedade do grupo de defesa BAE Systems.
"Condenamos claramente a publicação não autorizada de informações secretas", declarou um porta-voz de Downing Street, residência oficial e gabinete do primeiro-ministro britânico David Cameron.
"Os vazamentos e sua publicação são prejudiciais para a segurança nacional nos EUA, no Reino Unido e em outros lugares. É vital que os governos possam operar com base na confidencialidade da informação", destacou.
A lista é considerada como uma relação de alvos potenciais para ataques contra interesses americanos no exterior. O jornal britânico "The Times" publicou a notícia sob o título "WikiLeaks lista "alvos para o terror" contra os EUA".
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