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Por Yusri Mohamed
ISMAILIA, Egito (Reuters) - Dois navios militares iranianos passaram na terça-feira pelo Canal de Suez, no Egito, seguindo para o mar Mediterrâneo rumo à Síria, disse uma fonte da administração do canal. A medida foi classificada por Israel como uma "provocação".
O Irã parece estar testando suas relações no Oriente Médio depois da queda do presidente egípcio, Hosni Mubarak. O tratado de paz de longa data com o Egito é crucial para a segurança regional de Israel.
Washington disse que estava monitorando os navios.
Os navios entraram no canal às 5h45 (0h45, horário de Brasília) nesta terça-feira e passaram para o Mediterrâneo às 15h30 (10h30), informou à Reuters uma fonte da Autoridade do Canal de Suez. "Seu retorno está previsto para o dia 3 de março", disse a fonte.
O Canal de Suez atravessa o Egito e permite o transporte de carga entre o Oriente Médio e a Europa sem a necessidade de circunavegar o extremo sul da África.
A embocadura no norte do canal, o Porto Said, fica a cerca de 100 quilômetros de Israel, mas a rota do navio à Síria, seu destino final, conduziria a embarcação através de um percurso paralelo à costa israelense.
São as primeiras embarcações militares iranianas a passar pelo canal desde a Revolução Islâmica do país em 1979.
Israel está ansioso sobre o levante político no Egito e em outros Estados árabes alinhados com os Estados Unidos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia dito anteriormente que encararia a passagem dos navios iranianos como algo "grave".
O vice-primeiro-ministro israelense, Moshe Yaalon, disse ao Canal 2 da TV local na terça-feira: "é uma provocação iraniana. Quando você olha para o Oriente Médio, onde quer que os iranianos estejam envolvidos, a situação não é boa".
"Isso certamente não é um bom presságio, mas estes dois navios não são uma ameaça imediata para nós", acrescentou ele.
Segundo a mídia de Israel, autoridades da Marinha disseram que os navios iranianos seriam rastreados, mas não confrontados.
Pesquisas de opinião no Egito sugerem que as principais forças políticas emergentes estarão menos submissas a Israel e aos Estados Unidos, apesar de nenhum grupo ter pedido a anulação do tratado de paz entre Israel e Egito.
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