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Escolha do deputado, que é investigado por irregularidades na Assembleia, foi por unanimidade
EUCLIDES LUCAS GARCIA na gazeta do Povo
O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná Nelson Justus (DEM) foi confirmado ontem como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Na reunião que definiu o nome dele para o cargo, não houve nenhuma objeção entre os outros 12 integrantes da CCJ. Em vez disso, todos aclamaram por unanimidade a indicação de Justus, apesar de ele ser alvo de investigações pelo Ministério Público (MP) por irregularidades enquanto esteve à frente do Legislativo.
Considerada a comissão mais importante da Assembleia, a CCJ é responsável por analisar a constitucionalidade dos projetos de lei antes de as propostas serem encaminhadas para votação em plenário. Em tese, o presidente da CCJ pode dificultar a tramitação de um projeto ao não incluí-lo na pauta de votações da comissão.
Diante da importância da CCJ para o andamento dos trabalhos na Assembleia, é que chamou a atenção o corporativismo na Casa. Parlamentar de primeiro mandato, o líder do bloco formado pelo PSC, PSB e PRB, deputado Leonaldo Paranhos (PSC), chegou a reunir, sem sucesso, os sete deputados do grupo no intuito de construir uma candidatura alternativa a de Justus. “Tentei incentivar o Pastor Praczyk (PRB), que foi um dos dois deputados que indicamos para a CCJ, a ser candidato. Mas tanto ele quanto o Hermas Brandão Jr. (PSB) já tinham assinado uma carta apoiando a indicação do DEM”, revelou. “O grande problema é que o documento não dizia que o DEM indicaria o Nelson Justus.”
Já o líder do PMDB, Caíto Quintana, manifestou publicamente o desejo de presidir a CCJ. Mas, diante do acordo firmado pelos líderes partidários na distribuição da presidência das comissões, preferiu não ir para a disputa com Justus. “Não havia como impor minha vontade, porque isso iria comprometer o acordo pela presidência das outras comissões.”
Responsável por comandar a instalação das comissões da Casa, o primeiro-vice-presidente, Artagão Junior (PMDB), declarou que não houve questionamentos em relação ao nome de Justus, apesar de ele ter aberto um espaço para que isso pudesse ser feito. “O Justus disse aos membros da comissão que tinha um histórico na Casa e conhecimento jurídico para poder ser útil na presidência da CCJ. E todos concordaram”, revelou.
Justus é alvo de investigação do MP por suspeita de manter fantasmas no gabinete da presidência. Ele também foi denunciado por improbidade administrativa por autorizar a contratação de funcionários fantasmas em cargos de comissão na Casa quando era presidente do Legislativo. Justus passou a ser investigado pelo MP após a publicação da série Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV, que revelou um esquema de desvio de dinheiro na Assembleia por meio da contratação de fantasmas.
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