sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pesquisas no Paraná continham graves furos de metodologia



no Fábio Campana


Por que a Justiça Eleitoral suspendeu a divulgação das pesquisas dos três maiores institutos de pesquisa – Datafolha, Ibope e Vox Populi – no Paraná? Existem duas versões. Uma falsa. Diz que foi para atender as conveniências eleitorais do PSDB. A outra, correta. Esta afirma que as pesquisas foram suspensas porque as continham graves furos na metodologia.
A alegação dos partidários do candidato Osmar Dias, do PDT, é que as pesquisas foram suspensas para esconder uma suposta “virada” na eleição. É um argumento falso e malicioso. Insinua que a Justiça Eleitoral, que deu tantos ganhos de causa a campanha de Osmar, acolheu a ação contra as pesquisas para beneficiar a candidatura de Beto. Na verdade, as pesquisas foram impugnadas porque continham graves falhas de metodologia. Falhas capazes de comprometer os resultados.


Prova que os furos de metodologia nas pesquisas existem e são graves está no fato que os institutos Vox Populi e Datafolha recorreram a Justiça na tentativa de liberar suas pesquisas, mas tiveram pedidos de divulgação negadas pela Justiça Eleitoral. As falhas nas pesquisas dos institutos são muitas e graves.
O juiz Luciano Carrasco proibiu a veiculação da pesquisa do Ibope, por exemplo, porque a sondagem não atende aos requisitos exigidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre outros motivos, por ela “não definir claramente o plano amostral, deixando de revelar os porcentuais utilizados para as faixas etárias, sexo e grau de instrução”.
A precaução da Justiça Eleitoral do Paraná evita a divulgação de novas informações equivocadas, mas não impede que possíveis erros contidos nas pesquisas anteriores continuem a ser disseminados. Entre eles o duvidoso crescimento de Osmar nas pesquisas Ibope e Datafolha divulgados no início de setembro e corrigida parcialmente na pesquisa do Datafolha de 14 de setembro.

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