sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Contador que acessou IR de filha de Serra foi filiado ao PT



no Terra

O contador Antonio Carlos Atella Ferreira, que usou uma procuração falsa para pedir acesso às declarações do Imposto de Renda de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à presidência, José Serra, foi filiado ao PT. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo Jornal Nacional.
Segundo a matéria veiculada pela Rede Globo, o pedido de filiação de Atella foi feito em 20 de outubro de 2003, de acordo com informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O nome do contador não aparece na base de dados atual da Justiça Eleitoral por conta de uma exclusão em seu registro, que teria ocorrido no dia 21 de novembro de 2009. Na prática, no entanto, não há confirmação de que Atella tenha se desfiliado do PT.
De acordo com o telejornal, a filiação foi feita em Mauá, no Grande ABC, e transferida posteriormente para Ribeirão Pires, também no ABC.
O contador Ademir Estevam Cabral, citado por Atella como quem um dos homens que encomenderam a quebra do sigilo de Verônica, tem filiação partidária no PV.
Atella afirmou ao jornal não se lembrar de ter sido filiado ao PT, mas que pode ter feito isso em um momento de "empolgação". José Eduardo do Dutra, presidente do PT e coordenador da campanha de Dilma Rousseff, afirmou que se Atella nunca teve nenhuma participação política no PT e que, se houvesse filiação, ela foi apenas "cartorial".
Entenda o caso
O caso veio à tona por meio de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada na noite de terça-feira (31), apontando que documentos da investigação da Corregedoria da Receita Federal revelaram o acesso de dados fiscais da empresária Verônica Serra, filha do presidenciável tucano. O acesso teria sido feito pela funcionária Lúcia de Fátima Gonçalves Milan, que trabalha na agência da Receita, em Santo André (SP), no dia 30 de setembro de 2009.
Na procuração citada pelo órgão consta a assinatura que seria da filha do candidato tucano feita no dia 29 de setembro de 2009. O portador Antonio Carlos Atella Ferreira teria, segundo a documentação em poder da Receita, reconhecido firma no dia 30 de setembro, no mesmo dia em que retirou as cópias no órgão. Para a Receita , no entanto, a apresentação da procuração descaracteriza a quebra de sigilo.
Nesta quarta-feira (1), o 16º Tabelião de Notas de São Paulo afirmou que "o reconhecimento de firma é falso" na procuração supostamente assinada pela filha do candidato José Serra. Verônica também negou que tenha assinado tal documento.

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