Senador eleito do Mato Grosso viaja com Dilma a Tucuruí; e Izabella Teixeira ganha 'lobby' de Lula para ficar no Meio Ambiente
João Domingos e Leonêncio Nossa, Enviados Especiais - O Estado de S.Paulo
TUCURUÍ (PA)
O ex-governador e senador eleito Blairo Maggi (MT) pode ser o nome do PR para o ministério de Dilma Rousseff. Embora não houvesse nenhum motivo especial, ele foi convidado a acompanhá-la ontem à viagem a Tucuruí, para a inauguração de duas eclusas no Rio Tocantins. O nome de Maggi - grande produtor de soja em Mato Grosso e o maior plantador individual do grão no mundo - tem sido lembrado para ocupar o Ministério da Agricultura.
Como Dilma tem dito que os ministérios não serão entregues aos partidos que os comandam hoje, cresceram as apostas de que o ex-governador pode ocupar a pasta que está com o PMDB e para a qual o partido indicou o ex-deputado Wanger Rossi.
A possível escolha de Maggi, visto como adversário por muitos defensores do meio ambiente, convivia ontem com o "palpite" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a pasta do Meio Ambiente continue nas mãos da ministra Izabella Teixeira - fiel militante contra abusos cometidos por ruralistas ligados a Maggi. Lula chamou a bióloga de "companheira" em discurso feito a trabalhadores na usina do Estreito, em Tucuruí.
Desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o PR ocupa o Ministério dos Transportes. Primeiro, com o atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto; depois, com o senador amazonense Alfredo Nascimento, que pretende voltar para lá. A eventual escolha de Maggi poderia atrapalhar os planos de Nascimento.
Quem permaneceu o tempo todo ao lado de Dilma foi a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição derrotada pelo tucano Simão Jatene. Ana Júlia fez chegar à presidente eleita o desejo de ser chamada para uma diretoria da Eletronorte ou do Banco da Amazônia.
Meio Ambiente. A possibilidade de Izabella Teixeira ficar no Ministério do Meio Ambiente ganhou força com as referências sobre ela feitas por Lula em discurso a trabalhadores da hidrelétrica de Estreito, na divisa entre Maranhão e Tocantins. O presidente, na prática, já a tratou como ministra de Dilma.
"A gente vai preservar o meio ambiente e produzir muito mais. E a Izabella será a companheira, a parceira disso", afirmou o presidente, ao comentar que Dilma continuará as ações na área ambiental e de energia adotadas no atual governo.
É a segunda vez, em dois dias, que Lula torna públicos seus palpites ministeriais. Na segunda-feira, ele havia feit0 algo semelhante, em Brasília, em favor do ministro da Educação, Fernando Haddad. Izabella Teixeira é bióloga, com doutorado em planejamento ambiental, e funcionária de carreira do Ibama.
Dilma ainda não mencionou nenhum nome, ainda, para o Meio Ambiente. O que se sabe é que Izabella passou pelo teste de fogo no governo Lula durante a votação do relatório com mudanças do Código Florestal, na comissão especial da Câmara, em meados deste ano. Na época, a ministra chamou o relator, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) para negociar, levou em consideração a necessidade de produtores rurais regularizarem desmatamentos mais antigos e obteve mudanças importantes no projeto, contendo parte das brechas para o aumento do desmatamento no país.
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