Líder do MST critica polícia, defende ataque à fazenda da empresa e diz que ''ocupar terra pública não é crime''
Sandra Hahn
No Estadão
O líder do Movimento dos Sem-Terra João Pedro Stédile criticou ontem a prisão de nove pessoas ligadas ao MST nesta semana, disse que "ocupar terra pública não é crime" e prometeu uma campanha "de denúncia" contra a Cutrale por injustiças que atribuiu às atividades da fabricante de suco. "Vamos mobilizar nossos amigos em todo o mundo", afirmou Stédile, dizendo que a campanha começaria no Fórum Social Mundial, onde participou de seminário.
"Vamos aproveitar o fórum para denunciar a forma como a Cutrale produz esse suco, que depois ela entrega para a Coca-Cola", declarou o líder.
A Operação Laranja, que resultou nas prisões, foi desencadeada pelas investigações para apurar os responsáveis pela invasão da Fazenda Cutrale em Borebi (SP), em outubro. Sete nomes estavam na lista dos mandados de prisão que seriam cumpridos e dois foram detidos por porte ilegal de armas.
Stédile reiterou que "ocupar terra pública não é crime, é um dever". Acrescentou que "a Polícia Civil de São Paulo está exagerando por motivação política" e considerou que a ação aproveitou o calendário eleitoral, porque em fevereiro o Congresso voltará do recesso e recomeçam os trabalhos da CPI que vai apurar denúncias de irregularidades em convênios entre a União e entidades ligadas ao MST. Segundo ele, a fazenda foi ocupada para denunciar "que a Cutrale é invasora de uma terra pública".
REFORMA AGRÁRIA
Stedile criticou andamento da reforma agrária, dizendo que o presidente Lula descumpriu compromissos com o MST, e pediu que o governo faça a revisão dos índices de produtividade, que servem para avaliar as propriedades rurais para fins de reforma agrária.
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