Dados do TSE mostram que os 65 parlamentares que vão disputar reeleição declararam soma de bens 115% maior do que em 2006
A soma de patrimônios dos 65 deputados federais de São Paulo que vão disputar eleição de outubro dobrou em 4 anos. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que os parlamentares paulistas declararam ter R$ 334 milhões em bens, propriedades e em espécie. O valor é 115,37% maior do que os mesmos políticos registraram em 2006: R$ 155,1 milhões.
Em busca do sexto mandato na Câmara, o pecuarista Vadão Gomes (PP) é maior impulsor dessa valorização. Seu patrimônio cresceu 438%, passando de R$ 35,8 milhões em 2006 para R$ 192,5 milhões neste ano.
O deputado ficou conhecido nacionalmente no escândalo do mensalão em 2005, quando o publicitário Marcos Valério de Souza afirmou que lhe deu R$ 3,7 milhões em dinheiro vivo. Réu de processo no Conselho de Ética, Gomes escapou da cassação em votação no plenário da Câmara.
Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, elevou seus bens pessoais em 492,9%: de R$ 163,1 mil para R$ 967,3 mil. Além de reajustar o valor de um apartamento (de R$ 110,6 mil para R$ 368,3 mil) no bairro da Aclimação, ele juntou ao seu patrimônio um terreno em Embu Guaçu e três automóveis.
Ricardo Tripoli (PSDB), Abelardo Camarinha (PSB) e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT), completam o ranking dos cinco deputados que obtiveram maior crescimento porcentual de patrimônio.
No caso de Vaccarezza, o aumento foi de 224,8%, indo de R$ 208,9 mil para R$ 678,6 mil. Um imóvel de R$ 299,5 mil, financiado, e R$ 155 mil de dinheiro em caixa puxaram a elevação.
Presidente da Câmara e vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (PMDB) tem o quinto maior patrimônio na bancada paulista, com R$ 6,05 milhões. Em relação a 2006, o crescimento foi de 163,9%, com destaque para cotas de aquisição de imóveis no Itaim Bibi, bairro nobre da capital. O valor, segundo o TSE, é de R$ 2,2 milhões.
Paulo Maluf (PP), com R$ 39,5 milhões, é o segundo no ranking dos mais ricos. Em 2006, já havia declarado R$ 38,9 milhões. A subida foi de apenas 1,36% em quatro anos - de acordo com dados entregues à Justiça Eleitoral.
Na bancada paulista, 16 deputados tiveram perda de patrimônio. Segundo o TSE, Walter Ihoshi (DEM) foi quem registrou maior redução, caindo de R$ 3,2 milhões para R$ 609,4 mil.
Aldo Rebelo (PC do B) também perdeu bens. O comunista tinha R$ 643,4 milhões e, agora, informou ter R$ 376,3 mil.
Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no mensalão, Valdemar da Costa Neto (PR) também teve redução de 15% no patrimônio: de R$ 3 milhões para R$ 2,5 milhões.
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