quarta-feira, 28 de julho de 2010

Filiado ao PMDB, novo presidente dos Correios diz que indicação foi técnica

ANDREZA MATAIS
FILIPE COUTINHO na Folha.com

O novo presidente dos Correios, David José de Matos, foi convidado na semana passada pela ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para o cargo e aceitou. Eles foram colegas na Eletronorte, onde Matos trabalhou por 26 anos.

O convite foi avalizado por Tadeu Filippelli, presidente do PMDB no Distrito Federal. Ele é filiado ao PMDB.

Matos disse que vai votar na candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, seguindo orientação partidária e que sua missão será tirar os Correios da crise

A seguir entrevista que ele concedeu em primeira mão à Folha após sair da academia de ginástica.

Como o senhor reagiu ao convite?
É uma missão, a maior que eu já recebi em toda a minha vida. Tenho que me debruçar nela da melhor forma possível. Nesta quinta-feira, vou conversar direitinho com a ministra da Casa Civil para ver como as coisas vão caminhar.

O senhor não tem experiência com o setor. Não é arriscado assumir a empresa em meio a uma crise?
Sou administrador público, tenho formação em engenharia e sou advogado. Trabalho há 36 anos na área pública. Minha missão nos Correios será como administrador público. É pegar essa experiência que adquiri e tentar seguir as orientações que viram do presidente e do ministro.

O senhor recebeu alguma recomendação? Está acompanhando as notícias sobre a crise na empresa?
Eu como cidadão acompanho as notícias, tenho pessoas conhecidas que trabalham nos Correios, na área técnica. Quero ouvir todos para traçar um plano de trabalho e poder fazer com que os Correios voltem a ser uma empresa de maior credibilidade, que passe por essa fase que passou para se chegar a um resultado. Acho que já melhorou, há dois meses estava numa fase pior. Ontem mesmo eu coloquei um Sedex às 20h30 e hoje às 9h27 tinha chegado ao destino.

A sua indicação partiu de quem? O senhor é filiado ao PMDB?
Sou filiado ao PMDB do Distrito Federal há uns dois ou três anos, mas minha indicação é técnica, devido a minha experiência no serviço público.

Quem fez essa ponte, quem convidou o senhor?
Tenho ligações com pessoas do Planalto, foi diretamente de lá. Sou amigo do Tadeu Filippelli (deputado federal do PMDB-DF) há 35 anos. É lógico que o fato de eu ter trabalhado com ele por muito tempo e ele ser muito respeitado lá dentro deve ter influído na escolha. Ele é um cara sério. É uma soma de coisas que pode ter acontecido porque se eu fosse amigo de um deputado enrolado não daria.

Quando o senhor foi convidado?
Há uma semana. Tive que primeiro pensar bastante sobre se eu poderia realmente ajudar, sobre minha competência, pesando os prós e os contras de uma pessoa que nunca militou nos Correios, mas que militou na área pública, sobre o que esperavam de mim. Minha mulher ameaçou sair de casa (risos). É minha companheira de 36 anos e já esteve comigo em situações mais adversas do que essa.

O fato de ter trabalhado com Roriz e Arruda, políticos envolvidos em escândalos de corrupção, lhe causa constrangimento?
Sou um técnico, já trabalhei com o Cristovam no governo do PT, com várias pessoas e meu posicionamento é puramente técnico, sou um profissional. Meu trabalho está a disposição de quem precisar dele. Fui criado de acordo com meus valores. Trabalhei com maus chefes, bons chefes.

O senhor é eleitor da Dilma Rousseff?
Não tenha dúvidas.

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