O candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, terá uma estrutura independente em Minas Gerais para impulsionar sua campanha no Estado. Além de um comitê exclusivo, contará com até 40 subcomitês distribuídos por todo o território do segundo maior colégio eleitoral do país.
A estratégia foi montada para fazer frente a algumas dificuldades. A decisão foi tomada após descontentamento com o ritmo da campanha no Estado, onde o ex-governador Aécio Neves, que recusou-se a ocupar a vaga de vice na chapa de Serra, é a principal liderança do PSDB. O tucano Antonio Anastasia, que era vice de Aécio, tenta a reeleição.
"A ideia seria um reforço das ações no interior do Estado... no comitê do Anastasia, claro que a prioridade é mais o Anastasia, ainda mais numa eleição como esta (para o governo mineiro)", disse na quinta-feira à Reuters o secretário-geral do PSDB e coordenador da campanha de Serra em Minas, deputado Rodrigo de Castro (MG).
"Para dar mais efetividade, temos que ter uma estrutura complementar."
Minas, com 14,5 milhões de eleitores, é considerado um dos fiéis da balança nesta eleição. Lá, Serra e sua adversária do PT, Dilma Rousseff, estão tecnicamente empatados. Segundo Datafolha divulgado no fim de semana passado, o tucano tem 38 por cento das intenções de voto no Estado, contra 35 por cento da petista, em um levantamento com 3 pontos percentuais de margem de erro.
A preocupação da cúpula da campanha nacional tucana é de que os esforços de Aécio para eleger Anastasia, em segundo lugar nas pesquisas atrás de Helio Costa (PMDB), façam com que ele não se empenhe o suficiente por Serra. O mesmo Datafolha mostrou Costa com 44 por cento contra 18 por cento do tucano.
Até a semana passada, por exemplo, a maior parte do material de campanha de Aécio Neves, candidato ao Senado, e Antonio Anastasia ainda omitia a imagem de Serra em santinhos e adesivos. Por isso, tucanos concluíram que é preciso encontrar formas de fazer com que a campanha nacional encontre motor próprio.
O fato de a coligação de Anastasia incluir partidos que apoiam Dilma na corrida presidencial --PSB, PRB, PDT, PSC e PR-- também influenciou a decisão.
"O quadro de alianças dele (Anastasia) é maior que o nacional. Então, temos que ter mais efetividade", comentou Rodrigo de Castro. A coligação de Anastasia ao todo tem 13 partidos, enquanto a de Serra é formada por seis legendas.
Segundo o secretário-geral do PSDB, a ideia é reforçar a campanha de Serra à Presidência no interior do Estado, sobretudo nas principais cidades mineiras. O tucano pode ter de 20 a 40 comitês em Minas, dependendo da decisão da cúpula do partido e da campanha de Serra.
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