sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Entre tucanos, só dois Estados têm mínimo regional



Demais Estados administrados pelo PSDB alegam dificuldades financeiras para adotar o valor proposto pelo ex-governador Serra

Wilson Tosta,de O Estado de S. Paulo
Maior partido oposicionista, o PSDB agita em nível federal uma bandeira levantada por seu candidato a presidente, José Serra, em 2010 - o salário mínimo de R$ 600 - que governadores eleitos pela legenda não querem adotar nos Estados que administram. Alegando fraqueza das suas economias, seis dos oito governos tucanos não têm perspectiva de usar sua prerrogativa de propor pisos estaduais acima do valor nacional.
O mínimo estadual já existe em São Paulo e no Paraná, mas não em Minas, por exemplo, Estado governado pelo PSDB desde 2003 - primeiro pelo hoje senador Aécio Neves e agora por Antonio Anastasia.
"Se o Serra tivesse sido vitorioso, eu ia respeitar e tentar sacrificar alguma coisa para adotar (o piso estadual)", disse o governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB). "Cada Estado tem a sua particularidade. O piso (de R$ 600) seria um sacrifício a mais."
Em Minas, o governo informou em nota que, "por enquanto", não vai tomar a iniciativa de apresentar a proposta. Segundo a assessoria do governador, Anastasia defende que a questão seja debatida "à exaustão", mas "sempre lembrando" que Minas é um Estado "bastante heterogêneo", com regiões muito ricas e outras muito pobres, o que dificultaria a adoção da medida. Também informaram que não há iniciativas para adotar o piso local os governos tucanos de Tocantins, Alagoas. Pará e Goiás.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deu força à proposta de mínimo nacional de R$ 600 ao anunciar esse valor para o piso regional, no dia 9. Já no Paraná, onde desde 2010 o piso vai de R$ 663 a R$ 765, a discussão apenas começou. Na semana passada, o secretário do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli, encontrou-se com representantes de centrais sindicais. O governador Beto Richa (PSDB) também recebeu dirigentes empresariais para debater o novo piso, que vigorará a partir de 1º de maio.
Estados. A falta de iniciativa para estabelecer o piso estadual diferenciado não é exclusividade tucana. O PT até hoje só adotou o piso estadual no governo Olívio Dutra (RS). Hoje, só cinco Estados têm piso local: São Paulo (criado por um governador do PSDB), Paraná (pelo PMDB), Rio Grande do Sul (pelo PT), Santa Catarina (pelo PMDB) e Rio (pelo PDT).

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