sábado, 4 de junho de 2011

Mulheres negras reivindicam de igualdade na Colômbia



no Terra
Mulheres da raça negra latino-americanas, caribenhas e africanas reivindicaram neste sábado "compromisso político" para alcançar a desejada igualdade social e acabar com a discriminação, no encerramento do 2º Encontro Internacional de Mulheres Afrodescendentes em Cali, na Colômbia.
Dirigentes e convidados especiais debateram durante quatro dias a respeito do tema, sob a premissa de que as afrodescendentes americanas são duplamente discriminadas, por gênero e raça.
A denúncia partiu da presidente do comitê organizador, Consuelo Cruz, quem em declarações manifestou que se apresenta "uma discriminação como mulheres e outra como negras".
Cruz, também líder da ONG Diáspora, organizadora do fórum, lembrou a "inexistência de mulheres negras em espaços de poder, públicos e privados".
"Lutamos pela visibilidade e o empoderamento, principalmente nos espaços políticos", ressaltou Cruz, ao explicar que só com políticas públicas pode conseguir.
O desafio é "reforçar o compromisso político para erradicar a discriminação, assim como a promoção e a visibilidade da realidade latino-americana, que é a diversidade como ativo social", disse à Efe o espanhol Pedro Zerolo, embaixador da boa vontade do programa Unaids para a América Latina e o Caribe.
Zerolo ressaltou que o encontro é oportuno porque 2011 foi escolhido pela ONU como Ano Internacional para Afrodescendentes. Cali é a segunda cidade latino-americana com maior número de afrodescendentes (542 mil ou 26,2% da população), só atrás de Salvador, capital do estado da Bahia.
Como porta-voz do programa Unaids, Zerolo alertou sobre o "aumento dos casos de HIV entre as mulheres afrodescendentes da América Latina", e, nesse sentido, exigiu "não baixar a guarda no uso do preservativo".
Na sua opinião, a prevenção passa por uma maior igualdade de gênero porque "a desigualdade social e jurídica impede a mulher negra de reduzir seu risco diante do HIV"; e, acrescentou que a maior educação também diminui as possibilidades de contrair a doença.
Por isso, Zerolo quer uma "educação universal e pública, uma educação sexual para reduzir a vulnerabilidade das mulheres negras". Entre os líderes presentes em Cali estão a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba e a espanhola Laura Ceara, diretora do Instituto da Mulher, ligado ao Ministério da Igualdade espanhol criado pelo Governo de José Luis Rodríguez Zapatero.

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