Na coluna do Augusto Nunes
O jornalista Celso Arnaldo, implacável e incansável, trabalha até aos domingos no curso intensivo concebido para desasnar o neurônio solitário da pior aluna do Brasil. Não percam a aula de hoje:
Da página da Casa Civil, o mais imparcial site de notícias do país:
“A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou neste sábado (23), em Rio Claro, interior de São Paulo, que uma das prioridades do PAC 2 será o investimento em creches. “Creches para todas as crianças desse país. Porque a diferença entre as famílias com mais posse e as sem posses está justamente na creche.”
Como Dilma, ao contrário de Lula, não sabe a diferença entre desse e deste, entre aqui e ali, não tenho certeza se ela se refere ao Brasil. Mas suponhamos que sim.
Tenho uma filha de cinco anos, matriculada em pré-escola particular aqui em São Paulo. Ela é criança ─ logo, pelo que entendi da proposta da Dilma, a escola dela será fechada e ela terá de ir para uma creche do PAC. Todas as demais escolas infantis particulares deste país serão abolidas porque todas as crianças brasileiras, “com mais posse ou sem posses”, irão para creches do PAC.
E ainda há quem ache que falar mal é só uma questão de estilo, não tem efeitos na vida prática…
E por que creches para todos?
“Nós sabemos e aprendemos que temos que olhar o indicador social. Olhar para que todos os brasileiros tenham proteção. Olhar a (sic) cada uma das famílias brasileiras. Porque todas teem (sic) direito a (sic) mesma oportunidade, e oportunidade começa aí - na creche”.
(Só na fala da Dilma, as pessoas sabem antes de aprender. Mas isso não vem ao caso. Pelo que captei nas entrelinhas, nas creches de Dilma haverá recrutadores de RH para prospectar os melhores talentos no berço.)
Mas o site da casa informa também que, na mesma cerimônia em Rio Claro, Dilma se mostrou veementemente contra as chuvas:
“É inadmissível que o país continue convivendo com alagamentos, desabamentos e, com as suas consequencias (sic), que são as mortes”.
(De fato, o Brasil não pode mais conviver com as mortes - aliás, ninguém pode, a menos que já esteja morto ou seja imortal.)
Nessas horas de grande emoção, olho no olho com a população, assoma a poeta Dilma Vana:
“Temos que cuidar para que a vida urbana seja humana”.
Outra atual obsessão da musa do PAC são as UPAs - Unidades de Pronto Atendimento em Saúde:
“A ideia é concentrar em só local (sic) todos os tratamentos que não necessitam de hospital. O presidente Lula determinou que tenham (sic) UPAs em todas as aglomerações urbanas desse (sic) país. Com isso, de fato, vamos ser a quinta economia do mundo”.
Ainda não estou convencido de que o aumento do consumo de gaze, esparadrapo e analgésicos nas novas UPAs será suficiente para fazer do Brasil a quinta economia do mundo.
Mas já que essa é a ideia, dou de graça uma sugestão de slogan para a ministra mostrar ao povo que um pronto-socorro básico em cada bairro do país vai fazer o Brasil continuar subindo ─ e aproveite a oferta, porque costumo cobrar:
─ UPA Brasil!
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