terça-feira, 20 de julho de 2010

Chávez anuncia que governo controlará quase metade das ações da Globovisión

Do total de 48,5% que deve ser assumido pelo governo, 28,5% das ações são de banqueiro foragido

Efe e AP
CARACAS- O presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou nesta terça-feira, 20, que o governo controlará quase a metade das ações da emissora particular Globovisión, última crítica à administração chavista, porque um de seus acionistas está foragido e outro morreu.

Em uma cerimônia em um teatro de Caracas, Chávez disse que o governo controlaria 48,5% das ações do canal. Destas, 28,5% são de Nelson Mezerhane, dono do Banco Federal - que sofreu intervenção do governo por supostos problemas de liquidez. Os outros 20% seriam "de um senhor de sobrenome Tenório que lamentavelmente faleceu".

Assim, declarou o presidente, "ninguém poderá dizer" que seu governo está "expropriando" a emissora, uma das mais críticas a sua administração. "Não estamos expropriando, estamos nos incorporando ao negócio", defendeu.

No dia da intervenção ao Banco Federal, em 14 de junho, Mezerhane disse à Globovisión que estava em Miami para fazer exames médicos. Logo depois, foi ditada uma ordem de prisão contra ele.

Há quatro dias, Chávez pediu ao presidente Barack Obama que o extradite porque "é um ladrão que fugiu com sete bilhões de bolívares (cerca de U$S 1,6 bilhão), que é o total aproximado dos depósitos" dos clientes de seu banco.

Após pedir uma lei que proíba empresários de serem proprietários de meios de comunicação, o líder venezuelano disse no início do mês que esperaria "um pouquinho" para decidir o futuro da Globovisión.

O presidente do canal e seu acionista majoritário, Guillermo Zuloaga, também é foragido da Justiça venezuelana após ter sido acusado de usura e associação criminosa por manter vinte veículos em sua propriedade. O empresário também se encontra nos Estados Unidos.

Zuloaga e Mezerhane consideram sua procura pela Justiça como um ato político por causa da linha editorial crítica ao governo adotada pela Globovisión.

Em 2007, Chávez recusou-se a renovar a concessão da emissora RCTV, crítica a seu governo, que teve de parar de transmitir em canal aberto e mudar sua sede para os EUA. No ano passado, as operadoras de canais a cabo também foram obrigadas a deixar de colocar no ar os programas da emissora logo depois de a RCTV ter se recusado a veicular as cadeias nacionais.

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