O déficit da Previdência Social já soma R$ 22,8 bilhões no primeiro semestre de 2010, mas o rombo tende a ser ainda maior na segunda metade do ano. O ministro Carlos Eduardo Gabas prevê necessidade de financiamento próximo de R$ 47 bilhões em 2010, o que significa um saldo negativo perto de R$ 24 bilhões de julho a dezembro.
O maior impacto nas contas a partir de agora é o reajuste aos aposentados. O cálculo inicial era de 6,14%, mas o Congresso aprovou aumento de 7,72% e a diferença (R$ 800 milhões referentes ao retroativo) começará a ser paga em agosto. No total, são R$ 1,6 bilhão a mais nas despesas da Previdência. O ministro salientou que o mercado de trabalho deverá ajudar a sustentar o resultado das contas da Previdência, mas o dado de junho já mostrou uma acomodação na criação de empregos formais.
"Certamente o déficit não passará de R$ 50 bilhões", comentou. "Não vai passar nem dos R$ 47 bilhões se a economia seguir respondendo, apesar do Copom", disse, citando a decisão do Banco Central de elevar os juros anteontem para 10,75% ao ano. Apenas em junho, a Previdência registrou déficit de R$ 2,8 bilhões, resultado de arrecadação de R$ 16,6 bilhões e de pagamentos de benefícios de R$ 19,4 bilhões. Houve aumento de 7,4% em relação a maio (R$ 2,6 bilhões), mas queda de 21,6% ante junho de 2009 (R$ 3,5 bilhões). Todos os valores anteriores a junho de 2010 são corrigidos pela inflação (INPC).
Cidade e Campo. O que tem feito com que o rombo da Previdência não seja ainda maior, segundo Gabas, é a melhora generalizada da economia. De janeiro a junho, o saldo da previdência urbana está negativo em R$ 1,5 bilhão. O volume é 51% menor que o verificado na primeira metade de 2009, (déficit de R$ 3,1 bilhões). "Quando a saúde das empresas está melhor, elas pagam suas contribuições".
No meio rural a situação vem se agravando. O setor já apresenta contribuição pífia e o resultado ficou ainda pior desde abril. No primeiro semestre, a arrecadação caiu 4,6% em comparação à primeira metade de 2009, ficando em R$ 2,2 bilhões ante os R$ 2,3 bilhões do ano passado.
Servidores inativos
Depois das eleições, o governo tentará barrar no Congresso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aprova o fim da contribuição previdenciária dos servidores inativos.
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