quinta-feira, 22 de julho de 2010

ONU cria comissão para melhorar ações antiaids

O marqueteiro Nizan Guanaes está no grupo, que conta com ganhadores do Nobel, ex-presidentes, um dos fundadores do Facebook e Magic Johnson


Jamil Chade correspondente / Genebra - O Estado de S.Paulo

O marqueteiro Nizan Guanaes foi escolhido pela ONU para fazer parte de uma comissão criada para promover mudanças na comunicação feita para a prevenção da aids.

Além do brasileiro, estão na comissão o arcebispo Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz; a descobridora do vírus HIV e prêmio Nobel de Medicina Françoise Barré-Sinoussi; os ex-presidentes da França Jacques Chirac e do Chile Michelle Bachelet; o cofundador do Facebook Chris Hughes; e o astro do basquete Magic Johnson.

Nos últimos 30 anos, a aids matou 25 milhões de pessoas e ainda contamina 2,7 milhões a cada ano. O acesso a remédios é essencial, mas uma forte campanha de prevenção é a única forma de frear a epidemia.

A Aliança Internacional HIV/Aids alertou que o custo anual de combate à epidemia pode chegar a US$ 35 bilhões (R$ 62 bilhões) em 2030 se os governos não investirem corretamente em medidas de prevenção. "É uma bomba-relógio. Para cada duas pessoas que recebem tratamento, cinco outras são contaminadas", disse Barré-Sinoussi. "A curva ascendente da epidemia não pode ser parada sem um compromisso global de medidas de prevenção e tratamento."

A intenção é de que a comissão indique uma forma reforçar a ideia da prevenção. A ONU teme que essa mensagem não esteja chegando à população dos países mais pobres, que questões religiosas e morais continuem sendo obstáculos e governos tenham como prioridade apenas a compra de remédios.

Nos países ricos, o temor é de que a facilidade de acesso ao tratamento e a sensação de que a doença afeta somente os pobres possam fazer com que os jovens deixem de se preocupar.

Desfile. Um desfile da grife brasileira Daspu, fundada em 2005 por uma prostituta aposentada, marcou a conferência internacional sobre a aids que ocorre em Viena. As roupas traziam como acessórios pacotes vermelhos de preservativos. "A prevenção contra a aids é um instrumento de trabalho para as prostitutas", disse Friederike Strack, responsável pela ONG Davida, que trabalha com a Daspu.

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