sexta-feira, 2 de julho de 2010

Retomada de fusão com Casas Bahia faz ação de Globex disparar

Papéis da Globex ON saltavam 19,40%, enquanto o Ibovespa tinha leve queda de 0,33%

Reuters

SÃO PAULO - A retomada do acordo de fusão entre Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia, mais de quatro meses após o anúncio da transação, levou as ações da Globex, controladora do Ponto Frio, a dispararem nesta sexta-feira.

Às 13h19, os papéis da Globex ON saltavam 19,40%, cotados a R$ 15,90, enquanto os do Pão de Açúcar PN tinham alta de 0,60%, a R$ 64,00. No mesmo instante, o Ibovespa caía 0,33%, aos 61.032 pontos.

De acordo com os termos do documento de "cisão parcial", divulgado nesta sexta-feira --revisado por exigência da Casas Bahia em abril--, as operações da Casas Bahia serão integradas à Globex (Ponto Frio) e às lojas Extra-Eletro do conglomerado do empresário Abílio Diniz, formando a Nova Casas Bahia, que concentrará as operações de bens duráveis.

Uma das principais alterações no acordo envolve o valor do aluguel dos imóveis pertencentes à família Klein, avaliados na primeira versão do contrato em R$ 130 milhões.

Durante os três primeiros anos de vigência dos contratos de locação o valor do aluguel dos imóveis --que permanecerão sob controle da família Klein-- será fixo, no valor anual total de R$ 140 milhões.

A partir do quarto ano de vigência dos contratos, o valor do aluguel dos imóveis em que estão instaladas as lojas, que corresponde a cerca de R$ 70 milhões, será reajustado pela inflação.

Na visão de analistas que acompanham o setor de varejo, os novos termos vieram em linha com o esperado pelo mercado, embora o fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresente poucas informações referentes a números.

Em nota, a analista Juliana Rozenbaum, da Itaú Corretora, ressalta uma contribuição menor de caixa e ativos (R$ 690 milhões ante R$ 1 bilhão antes), "com outras condições ligeiramente mais favoráveis para os acionistas da Casas Bahia, como poder de veto e maior facilidade para sair da empresa após 24 meses".

Segundo ela, as condições do novo acordo "são um pouco mais favoráveis", embora o principal aspecto para as companhias seja o fim da incerteza quanto ao negócio.

Para a equipe do Banif, a notícia é positiva, apesar do elevado dispêndio de tempo e dinheiro por parte do Pão de Açúcar desde o anúncio da operação.

"Todas as pendências foram resolvidas, incluindo o aumento do aluguel a ser pago pelos imóveis onde estão instaladas as lojas", acrescenta o Banif. De acordo com as companhias, a incorporação deve ser concluída em cerca de 120 dias.

(Por Vivian Pereira)

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