segunda-feira, 7 de julho de 2014

Governistas tentam retardar investigações da CPI Mista da Petrobras



Brasília (DF) – Na tarde de quarta-feira (9), os integrantes da CPI Mista da Petrobras voltam a se reunir para votar 393 requerimentos que estão na pauta. Entre eles, há pedidos da oposição para quebra dos sigilos fiscal, telefônico e bancário do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e dos ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Nestor Cerveró (Internacional).
Os requerimentos aguardam deliberação do colegiado desde a semana passada, quando houve convocação dos membros da CPI mista. Segundo a assessoria da comissão, apenas oito parlamentares assinaram a lista de presença, nove a menos que os 17 necessários para votações.
Orientados pelo Palácio do Planalto, os governistas tentam impedir a sequência das investigações sobre os malfeitos na estatal.
“A base do governo está mobilizada para não dar quórum. Temos cobrado e feito apelo durante as sessões para que os governistas compareçam. Na prática, o governo não quer essa discussão durante as eleições”, destacou o deputado Izalci (DF), suplente do PSDB da Câmara na CPI Mista da Petrobras.
Quadrilha
O tucano tem analisado os autos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, disponibilizados em junho pelo juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro.
A operação desbaratou em março um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Segundo as investigações, participariam do esquema o doleiro Alberto Youssef, dono de empresas de fachada, e Paulo Roberto Costa. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras facilitaria contratos suspeitos da estatal e seria o responsável por arrecadar propinas.
“Existia realmente uma quadrilha para desviar recursos da Petrobras. Ela se instalou no Brasil e se ramificou nas obras da refinaria Abreu e Lima (PE) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na refinaria Pasadena (EUA) e nas operações da companhia na África”, afirmou Izalci.
Vigilância
Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) reforçam as suspeitas de malversação dos recursos da estatal, especialmente, no episódio que envolve Pasadena. Na semana passada, o jornal “O Estado de S.Paulo” divulgou documentos do órgão nos quais técnicos recomendam que diretores da Petrobras responsáveis pela compra da unidade devolvam aos cofres públicos até US$ 873 milhões.
Um dos pareceres do TCU culpa, inclusive, a presidente Dilma Rousseff por “ato de gestão ilegítimo e antieconômico” e “exercício inadequado do dever de diligência” na operação. Quando a primeira parte de Pasadena foi comprada pela Petrobras, em 2006, a petista era ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da companhia.
Até agora, a petista não se manifestou a respeito dos pareceres do TCU e não mostra disposição em elucidar o episódio, que consumiu US$ 1,249 bilhão da companhia e representou um prejuízo de US$ 530 milhões.
Do Portal do PSDB na Câmara

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