sexta-feira, 4 de julho de 2014

Reprovação de Dilma entre empresários demonstra momento crítico da economia



O descontentamento tomou conta do empresariado brasileiro: a presidente Dilma foi reprovada pelos maiores empresários do país. É o que mostra levantamento da revista “Exame” com 176 dirigentes das maiores companhias do Brasil.
Segundo a pesquisa, 52% dos entrevistados dão nota de 0 a 3 à petista. Ao todo, 88% dos grandes empresários deram nota igual ou menor que 5. São apontados como principais problemas e fontes de apreensão a carga tributária (53%), a inflação (42%) e a atuação do governo (39%).
Os deputados Valdivino de Oliveira (GO) e Silvio Torres (SP) veem no resultado do levantamento uma comprovação de que a política econômica do governo não vai bem, afugenta investimentos e não cria oportunidades para quem pode ajudar a aquecer o motor da economia.
“Os empresários têm dito que o governo adota uma política econômica desastrosa, os pressupostos macroeconômicos do país são ruins: inflação crescendo, produção reduzindo, e desindustrialização que bate à porta”, afirma Valdivino. Com isso, o tucano ressalta, só cresce a falta de confiança do empresariado na gestão petista.
O descontentamento entre os empresários, que não encontram espaço para diálogo no Planalto, é tão grande que 38% deles afirmam não ter havido nenhuma realização significativa no mandato da petista. “É quase uma voz uníssona de que a política econômica é desastrada. E quando a economia não vai bem é porque o governo não vai bem. Acredito que por isso haja esse descontentamento com a presidente”, destaca o parlamentar por Goiás.
Os empresários acreditam que a simplificação dos tributos teria condições de gerar um ganho para a economia brasileira equivalente a 2 pontos percentuais no PIB. A “Exame” mostra que um agravante para os empresários é que o governo tem relutado em reajustar os preços que administra, como o da gasolina e o da energia elétrica, causando ainda mais apreensão em relação à economia.
“Há muito tempo temos alertado para os equívocos. Mas o governo é inflexível e não altera a essência de sua política. Continua querendo incentivar o consumo. Faz uma política de desindustrialização e há uma certa teimosia de manter uma política inflexível, por isso há esse descrédito. Nada contribui para que se espere melhores dias”, alerta Valdivino.
Silvio Torres lembra que há muito tempo os setores empresariais têm levado suas queixas ao governo, mas não obtêm resultado. Recentemente, de olho nas eleições, Dilma anunciou um “pacote de bondades” para os empresários. Mas a desconfiança continua a mesma.
O tucano lembra que as previsões de mercado também são sombrias devido à falta de medidas efetivas por parte do governo. A perspectiva de crescimento da economia para o ano é de apenas 1,1%, segundo o último Boletim Focus do Banco Central. “Agora é tarde para fazer remendos”, criticou, ao se referir à prorrogação da redução de IPI para automóveis e para a linha branca.
Torres afirma que as medidas pontuais, por si só, não são capazes de conter o arrefecimento econômico. “Como não há investimento por parte do governo, as empresas começam a se prevenir, a demitir e a segurar recursos. Cria-se um ciclo muito ruim”, avalia. Para ele, a nota baixa dada pelos empresários à presidente reflete não só um mau humor do empresariado com a petista, mas sim uma grande decepção e angústia com o futuro de quem se propõe a fazer algum empreendimento no país.
-> O levantamento mostra que os executivos não estão muito otimistas com o próximo ano. A maioria acha que o PIB brasileiro crescerá menos de 2% em 2015 (em termos reais). Mais da metade prevê que sua empresa crescerá acima de 5% no próximo ano em termos nominais (ou seja, um crescimento próximo de zero, descontada a inflação).
*Do portal do PSDB na Câmara

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