Por Daniel Bramatti
Do Estadão http://estadao.com.br/
Pela primeira vez desde a redemocratização, o País terá em 2010 uma eleição presidencial só com "infiéis". Todos os pré-candidatos cotados para a disputa já trocaram de partido ao menos uma vez durante suas trajetórias políticas. José Serra rompeu com o PMDB e ajudou a fundar o PSDB em 1988. Dilma Rousseff era adversária do PT no Rio Grande do Sul até sair do PDT, em 2000. Ciro Gomes já passou por cinco partidos, e Marina Silva trocou o PT pelo PV no ano passado.
A história indica que, em cada episódio de ruptura, prevaleceu a lógica eleitoral e o pragmatismo, aponta o pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) Celso Roma. Estudioso do PSDB, ele critica os analistas que "valorizam em demasia o aspecto ideológico como variável explicativa da fundação do partido".
Serra rompeu com o PMDB apenas dois anos depois de ter conquistado, na onda do Plano Cruzado, seu primeiro mandato eletivo, de deputado constituinte, em 1986. Com Fernando Henrique Cardoso e Mario Covas, saiu atirando: o manifesto de fundação da legenda dos tucanos acusava o então presidente José Sarney de "aderir às estruturas autoritárias do Estado em vez de reformá-las" e de deixar que as políticas sociais se esvaíssem "na ineficiência burocrática e no empreguismo."
"O PSDB nasceu com vocação presidencial. Queria conquistar o Palácio do Planalto em 1989, mas só conseguiu em 1994", disse Roma. Serra, que foi adversário ferrenho do peemedebista Orestes Quércia, hoje tem nele um dos maiores aliados na tentativa de pôr em prática seu projeto presidencial.
O rompimento de Dilma, em 2000, com o PDT foi traumático. Leonel Brizola, seu guru, a pressionava para que deixasse o cargo de secretária de Minas e Energia no governo de Olívio Dutra (PT) e apoiasse a candidatura de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre, contra o petista Tarso Genro. Dilma preferiu trocar de partido, apoiar Tarso e permanecer no cargo.
Ciro começou no PDS, partido que dava sustentação ao regime militar. Em 1982, foi eleito deputado estadual, e um ano depois foi para o PMDB. Em 88, migrou para o PSDB, pelo qual se elegeu governador do Ceará, em 90. Buscou abrigo no PPS em 96, para disputar a Presidência. Em 2003, quando o PPS se alinhou à oposição contra o governo Lula, se filiou ao PSB.
Marina Silva, um dos símbolos do PT acreano, anunciou sua saída do partido em agosto de 2009 para entrar no PV
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