domingo, 10 de janeiro de 2010

Estilo ''hiperpresidencialista'' dos Kirchners amarga a decadência

Sem o resultado positivo dos primeiros anos, 'Estilo K' frustra argentinos com casos de corrupção e manobras políticas

Por Ariel Palacios, BUENOS AIRES
No Estadão

"Estilo K" é como é chamado na Argentina o estilo de governo do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e de sua mulher, a presidente Cristina Kirchner. Caracterizado pelo tom de confronto, a ausência de diálogo com a oposição e a mudança constante das regras do jogo, o governo do casal Kirchner também tem feito controvertidas interferências nas instituições da Argentina.

Essa forma de governar foi classificada de "hiperpresidencialista" pelos analistas políticos argentinos. Mas, para eles, os Kirchners parecem estar encontrando seus limites. A primeira resistência ao "estilo K" surgiu em 2008, quando os ruralistas desafiaram o governo. Na sequência, o vice-presidente, Julio Cobos, rompeu com os Kirchners. Em junho, o governo foi derrotado nas eleições parlamentares.

Na semana passada, Cristina desatou uma crise institucional ao tentar remover o presidente do Banco Central (BC), Martín Redrado, por decreto. A Justiça restituiu Redrado, infligindo outra dura derrota ao governo.

"Esse estilo de confronto, que no início agradava a muitos setores da sociedade, começou a cansar os argentinos em meados de 2007", disse ao Estado o sociólogo e analista político Carlos Fara. Segundo ele, a frustração cresceu com os escândalos de corrupção, a crise energética e as manobras para manipular os índices de inflação. "A gota d"água foi a disputa com os ruralistas."

Simultaneamente, o crescimento econômico que marcou a gestão de Néstor Kirchner começou a esfriar. A pobreza, que havia caído de 52% em 2003 para 20% em 2007, já está entre 30% e 40%. O desemprego, que caiu de 22% para 9%, hoje é de 12%. Em seu governo, Kirchner bateu recordes em decretos presidenciais. Cristina usou e abusou dos "superpoderes" econômicos para alterar a distribuição de verbas do orçamento sem consultar o Parlamento. Leia na ÍNTEGRA http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100110/not_imp493222,0.php

Nenhum comentário:

Postar um comentário