| Porto Príncipe - O governo do Haiti está despachando em uma delegacia policial. O Palácio Nacional foi seriamente abalado e está com a sua estrutura comprometida pelo terremoto do último dia 12. O prédio do Congresso veio abaixo.
Tanto o presidente René Préval, quanto o primeiro ministro, Jean-Max Bellerive, estão trabalhando na delegacia. O local está próximo do aeroporto, por onde chega a maior parte da ajuda humanitária ao país e dos militares da missão das Nações Unidas.”O presidente não escolheu a delegacia de polícia à toa. É estratégico”, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que foi recebido na sede provisória do governo no sábado (23).
O Haiti terá que reconstruir também o seu corpo administrativo. Embora o Estado já fosse mínimo antes do terremoto, muitos funcionários públicos morreram no desastre. O Brasil se ofereceu para auxiliar na formação do novo quadro de funcionários do país.
O chanceler brasileiro disse que ficou com uma boa impressão do primeiro-ministro e defendeu que o Haiti lidere os esforços de reconstrução, com ajuda da comunidade internacional. Ontem (25), durante a abertura da conferência de doadores em Montreal, no Canadá, Bellerive voltou a falar em liderar o processo de reconstrução do país.
A situação está complicada. Os escombros foram removidos das ruas, mas continuam amontoados nas calçadas por toda a cidade. Com a redução das buscas por sobreviventes, a remoção do entulho deverá ser mais rápida a partir desta semana. Maquinário pesado para isso está chegando com a ajuda humanitária.
O país ainda enfrenta uma situação de emergência, tem que atender a cerca de 400 mil pessoas desabrigadas só na capital, que estão vivendo em acampamentos precários, sem água, luz e esgoto, em barracos feitos com madeira, panos e lençóis dos próprios refugiados. O terremoto fez 112 mil vítimas, na contagem feita até agora.
O país perdeu 50% de sua força policial com o terremoto, o que aumentou ainda mais a necessidade de ajuda internacional. As Nações Unidas já comandavam a missão para restabelecer a ordem no país, com a presença de 9.151 soldados, número que será ampliado. Agora têm o apoio dos militares norte-americanos, que estão operando de forma integrada com as tropas da ONU.
O Haiti é uma república presidencialista, tem um presidente eleito e uma Assembleia Nacional. Noventa por cento é formada por negros e o restante por brancos e mulatos. A língua é o créole, derivado do francês. O próprio francês também é idioma oficial.
A população é de 9 milhões de pessoas, sendo que quase 3 milhões viviam em Porto Príncipe antes do terremoto. O território tem 27 milhões de quilômetros quadrados, pouco mais do que o de Sergipe.
A economia é baseada na agricultura, praticamente de subsistência, o que explica o seu baixo Produto Interno Bruto (PIB) que em 2008 foi de US$ 11,5 bilhões, um quinto da riqueza produzida pelo estado de Santa Catarina, cuja população representa dois terços da do Haiti, o país mais pobre das américas.
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