terça-feira, 10 de maio de 2011

Inflação já atingiu pior momento, diz diretor do BC



REUTERS
A inflação no Brasil está entrando em tendência de queda, disse nesta terça-feira o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes. Ele acrescentou que as medidas macroprudenciais não substituem o aumento de juros no combate à alta dos preços.
"Não se busca prioritariamente (com as medidas) fazer o trabalho que é da política monetária," afirmou Mendes nesta terça-feira, durante palestra a profissionais do mercado.
Segundo ele, embora o pacote de medidas adotado pelo BC desde dezembro, incluindo aumento das exigências de capital para algumas linhas de empréstimos bancários, tenha sido visto principalmente como um meio de desacelerar o consumo das famílias, seu objetivo maior é o de proteger o sistema financeiro contra perigos de uma reversão no câmbio ou de uma expansão de crédito de qualidade duvidosa.
"As medidas não substituem a política monetária, apenas a complementam", afirmou, frisando que o BC já subiu a Selic em 1,25 ponto este ano e que o ciclo de aperto vai durar o tempo que for necessário.
De acordo com Mendes, a inflação medida pelo IPCA, cujo acumulado de 12 meses no fim de abril chegou a 6,51 por cento, acima do teto da meta do BC, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos, vai entrar numa trajetória de queda, especialmente por causa das commodities.
De acordo com o diretor da autoridade monetária, não é otimismo exagerado acreditar que a inflação vai voltar ao centro da meta até o final de 2012. Para conseguir isso, o BC considera importante garantir que a inflação termine este ano dentro da banda de tolerância de 2 pontos.
A materialização desse cenário, no entanto, depende da confirmação de duas apostas do BC. Uma é a de que os preços das commodities vão recuar. Segundo Mendes, o índice do BC que mede esse segmento no Brasil já apontou isso no mês passado e a tendência deve continuar nos próximos meses.
A outra é a de que os reajustes salariais deste ano tomarão como base a inflação corrente, que aponta desaceleração, e não a acumulada em 12 meses, que deve seguir pressionada nos próximos meses.

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