Nesse tipo de marketing, Dilma Rousseff (PT) tem vantagem sobre seus adversários diretos, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).
As cinco inserções diárias de 30 segundos às quais a petista terá direito durante os 45 dias da propaganda eleitoral equivalem a mais do que a Coca-Cola teve, nessa mesma modalidade de comercial, no período de janeiro a maio deste ano.
A marca de refrigerante mais famosa do mundo contratou 999 inserções de 30 segundos nas seis principais emissoras de TV do país durante os primeiro cinco meses deste ano -apenas na chamada "praça São Paulo", a capital paulista e os municípios do seu entorno.
Dilma Rousseff terá 1.125 comerciais com essa duração em apenas 45 dias nessas mesmas seis emissoras que veicularam os filmes da Coca-Cola. Mas com uma diferença: no caso dos políticos, as propagandas também são exibidas em todos os canais de rádio e de televisão aberta e por assinatura do Brasil. Nenhum anunciante privado faz uma campanha tão abrangente.
José Serra terá direito à metade do tempo de Dilma quando se trata de inserções de 30 segundos. Marina Silva só tem 15 segundos por dia e terá esperar sempre 48 horas para acumular 30 segundos.
Mais tempo na TV e no rádio não garante vitória a ninguém. Há dezenas de casos recentes mostrando fracassos retumbantes dos reis do horário eleitoral. O exemplo clássico é o de Ulysses Guimarães (1916-1992). Candidato do PMDB a presidente em 1989, ele tinha 37% a mais que o segundo colocado no ranking de tempo na propaganda oficial. Ulysses terminou a disputa em sétimo.
O importante parece ser ter tempo na propaganda eleitoral e uma mensagem que ecoe positivamente entre os eleitores. Foi assim com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que ganhou o Planalto em 1994 e 1998.
Desta vez, é cedo para dizer qual candidato terá sucesso na TV e no rádio. Por enquanto, aparecendo ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista Dilma sempre subiu nas pesquisas após estrelar comerciais do PT. Já José Serra e Marina Silva, depois de ir à TV, ficaram quase no mesmo lugar.
na Folha de São Paulo
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