Leia a entrevista do senador concedida ao Estado
CURITIBA - Com voz abatida, demonstrando cansaço, o senador Osmar Dias (PDT-PR) atendeu ao telefone por volta das 18 horas nesta segunda-feira, 28. Tinha passado boa parte do dia, assim como o fim de semana, em reuniões para definir o melhor caminho: concorrer ao governo em coligação com PMDB e PT ou partir para a reeleição.
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Ele prefere o governo, mas aí seria o comandante do palanque de Dilma Rousseff (PT) no Estado. Entra em conflito com o pacto que tem com o irmão, senador Álvaro Dias (PSDB), de não haver disputa entre eles. Álvaro é cotado para vice de José Serra (PSDB). "Essa questão é forte para mim", disse. Osmar aguardava reunião entre PSDB e DEM a ser realizada ontem à noite. "Tem que decidir. Estou desgastado demais com esse troço."
Qual a tendência, neste momento, sobre seu futuro político?
Eu estou esperando a reunião do DEM, agora às 20 horas, com o PSDB, para definir o que fazer. Não quero antecipar nada.
Essa definição sai quando?
Eu acho que depois dessa reunião vou ter como definir.
Pode-se esperar alguma coisa para terça?
Tem que haver. Tem que decidir porque não se aguenta mais isso. Eu, principalmente, estou desgastado demais com esse troço.
O senhor sentiu-se encurralado com a indicação do senador Álvaro Dias como vice na chapa do José Serra?
Nós temos um pacto de não disputar um contra o outro. Acho que a população não entenderia isso. Agora, eu já vinha como candidato a governador, estava com a aliança pronta, para anunciar, quando surgiu isso. Eu não tinha conseguido uma aliança, de repente ela apareceu na segunda-feira em Brasília, na terça e quarta nós fechamos, na quinta veio a notícia e aí embaralhou tudo.
Foi uma surpresa para o senhor?
Não foi surpresa porque vinha sendo conversado há algum tempo. Isso é que estava retardando e as pessoas achavam que era indefinição minha, mas não era. Era uma preocupação de não ficar em uma situação desagradável, como neste momento. Está muito difícil para mim.
No caso de o senhor ser candidato à reeleição, seria independente ou em coligação com o PMDB?
É cedo, eu vou esperar a reunião.
E em relação à disputa nacional? A amizade com o Serra pesa?
O meu partido tem uma posição e não abre mão dessa posição. Sou amigo do Serra, mas tenho que seguir a orientação do meu partido.
O senhor acha que o eleitorado vai entender que, como o senhor diz, não há uma indecisão, mas a conjuntura é que tem levado a essa indefinição?
Pouca gente entende, eu estou em uma situação bastante complicada, num dilema pessoal, essa questão familiar é forte para mim, sempre foi. Principalmente do jeito que o Álvaro colocou na imprensa aqui, que a minha candidatura seria contrária aos interesses do Paraná em função da postulação dele. Isso seria muito explorado.
O senhor não tem o mesmo entendimento de que a sua candidatura seria contrária aos interesses do Estado?
Não. Estou preparado para ser governador. Eu me preparei, estudei o Estado, estou com projeto pronto. Mas tem que analisar essa situação nova, ela realmente é complicadora.
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