Apesar dos esforços da cúpula do PMDB de mostrar unidade em torno do nome do deputado Michel Temer (SP) como candidato a vice-presidente na chapa da petista Dilma Rousseff, dissidentes do partido fizeram uma ação hoje para mostrar que a premissa não é totalmente verdadeira.
O senador Pedro Simon (RS) registrou esta noite, na Executiva Nacional do PMDB, a candidatura do ex-governador do Paraná Roberto Requião à Presidência da República. A proposta do senador gaúcho é que o PMDB, ao invés de firmar aliança com o PT, tenha candidato próprio à Presidência, sendo Requião este candidato. A questão deve ser colocada em votação no próximo dia 12, quando o PMDB realiza, em Brasília, a Convenção Nacional.
Pedro Simon assina o pedido como presidente do PMDB gaúcho e ressalta que o nome de Roberto Requião foi aprovado em congresso estadual do PMDB realizado em 31 de janeiro de 2009, em Capão da Canoa. Simon admite, no entanto, que a candidatura do ex-governador é uma forma de marcar posição do grupo do PMDB que defende a candidatura própria, apesar de a maioria do partido estar interessada em uma aliança com o PT.
Simon não mede palavras ao acusar o partido de estar mais interessado em "cargos e vantagens" do que em um projeto de governo para o País. "O partido fez aliança com o Fernando Henrique, e agora fez com o Lula. E não é um grupo que apoia um, e um grupo diferente que apoia o outro. É o mesmo Renan Calheiros, o mesmo Jader Barbalho. É o mesmo Michel Temer", criticou o senador gaúcho. "E eles sabem que se o Requião ganhar não terão cargo nenhum".
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (RN), reagiu com pouco caso à notícia de que o nome de Roberto Requião estava sendo apresentado como opção do partido de seguir a candidatura própria. Na avaliação de Calheiros, o grupo de Pedro Simon quer apenas "marcar posição", uma vez que a maioria da legenda está ao lado de Michel Temer.
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