Força. Veículo transporta mísseis Shabab 3 em parada militar no dia do Exército, em Teerã
Reuters - O Estado de S.Paulo
Chanceler iraniano afirma ser 'positiva' proposta para volta do diálogo feita por Sarkozy no fim de semana, que tem como base o acordo turco-brasileiro; Brasil afirma que aceita voltar a se envolver na questão iraniana 'caso seja solicitado'
"Acreditamos que há sérios sinais de que a França deseja iniciar um contato independente em alguma áreas", disse o chanceler à agência de notícias iraniana Isna.
Momentos após a fala de Mottaki, Brasil e Turquia vieram a público mostrar sua satisfação com a mudança de posição iraniana. O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim também chamou de "positivas" a iniciativa francesa e a resposta iraniana de retomar o acordo firmado no dia 17, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava em Teerã, juntamente com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O chanceler brasileiro, porém, teve o cuidado de evitar contrariar suas recentes declarações de que o Brasil "queimou os dedos" ao negociar com o Irã e, por isso, não se envolveria mais de forma "proativa" na questão. Ontem, Amorim afirmou que, "caso solicitado pelas partes interessadas", o governo brasileiro aceitará participar do diálogo.
Em Istambul, o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, foi mais longe e garantiu que seu país e o Brasil ? os únicos a votar contra as novas sanções da ONU ao Irã, no dia 9 ? continuarão à mesa de negociações com o Irã. "Ainda acreditamos que uma solução pode ser encontrada, estamos determinados a manter nossos esforços", afirmou Davutoglu. "E o Brasil continuará conosco."
Piora no clima. O ministro turco disse que conversou com Amorim no sábado e telefonaria ontem para o ministro das Relações Exteriores da Alemanha,Guido Westerwelle, para tratar da nova proposta apresentada pela diplomacia da França.
A oferta francesa foi inicialmente feita em encontro entre Sarkozy e seu colega russo, Dmitri Medvedev, no fim de semana em São Petersburgo. Segundo o líder francês, as negociações entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o Irã seriam retomadas "imediatamente". E O diálogo teria "como base os esforços do Brasil e Turquia, e as respostas enviadas pela Rússia, França e EUA".
Não está claro, portanto, qual seriam os novos termos propostos para a troca de urânio por material nuclear ? aceita por Teerã, mas rejeitada pelas potências ocidentais. Desde a Declaração de Teerã, em 17 de maio, o cenário para o diálogo deteriorou-se significativamente. Além das sanções do Conselho de Segurança da ONU, tanto os EUA quanto a União Europeia ? com forte apoio francês ? adotaram medidas unilaterais contra o regime e empresas iranianos. Em resposta, o Irã barrou na segunda-feira inspetores da AIEA, afirmando publicamente que os funcionários da agência eram responsáveis por relatórios equivocados. /
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