SÃO PAULO - O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, afirmou que o acordo firmado entre Brasil e Paraguai sobre o novo valor do preço da cessão da energia já foi aprovado no Congresso paraguaio. "O acordo já foi aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. No Paraguai, essa questão já está concluída", afirmou o executivo, que participou hoje de evento na capital paulista. O acordo prevê que o Brasil triplique o valor pago pelo excedente de energia de Itaipu que não é consumida pelo Paraguai.
Sobre a tramitação no Brasil, o executivo comentou que o acordo com o Paraguai ainda está passando pelas comissões no Congresso Nacional. As discussões sobre o tema dentro Congresso, no entanto, acabaram esfriando por conta do período eleitoral. "Isso alterou a dinâmica do processo", disse.
Em paralelo, os dois governos continuam discutindo a possibilidade de o Paraguai vender diretamente a sua energia de Itaipu no mercado brasileiro. Samek comentou que a diretoria brasileira da usina produziu um estudo sobre o comportamento do preço da energia no horizonte de 20 anos. "Isso foi apresentado ao Paraguai, que está avaliando a possibilidade de vender ou não diretamente a energia no Brasil", afirmou.
Apesar de argumentar que as condições do tratado são favoráveis para o Paraguai, porque evita que a remuneração do país vizinho sofra influência das oscilações do preço da energia no mercado brasileiro, Samek ponderou que seria importante uma entrada gradual da estatal paraguaia Ande no mercado brasileiro. "Em 2022, a usina de Itaipu estará paga e o anexo C do trato que aborda a questão financeira será revisado. Por isso, é importante que o Paraguai conheça as condições do mercado brasileiro para que possam vender a sua cota de energia a partir de 2023", disse.
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