domingo, 20 de março de 2011

Após temporais, cidades do Paraná continuam sem água


ESTELITA HASS CARAZZAI na Folha.com

Mais de uma semana depois de serem atingidas por fortes chuvas, as cidades de Antonina e Paranaguá, no litoral do Paraná, continuam com problemas no fornecimento de água à população.
Em Antonina, o abastecimento voltou a ser interrompido na madrugada deste domingo (20), por causa de uma pedra que entrou na tubulação que leva água à cidade. O cano, de cerca de 30 cm de largura, rompeu, e quase metade dos 18 mil moradores estão sem água.
O mesmo problema havia ocorrido em outro ponto da tubulação na madrugada de ontem --os técnicos levaram o dia inteiro, até a noite de sábado, para terminar o conserto. Hoje, a previsão é de que o encanamento seja arrumado até as 19h.
Segundo a prefeitura, o temporal da semana passada, que obrigou cerca de 3.500 pessoas a deixar suas casas, remexeu o fundo dos rios que abastecem a cidade. Por esse motivo é que as pedras estão indo parar na tubulação.
Há pelo menos uma semana o abastecimento de água está comprometido em Antonina. Antes, o problema eram os deslizamentos de terra, que destruíam os encanamentos --hoje protegidos por trilhos de trem. Agora, são as pedras.
Em Paranaguá, só 60% dos 150 mil habitantes estão com o fornecimento de água regularizado. Os mananciais que abastecem a cidade, localizados no meio da serra do mar, ficaram cheios de lama e detritos. Em alguns deles, a tubulação que leva a água às estações de tratamento foi totalmente destruída.
Parte do problema foi contornado durante a semana, com a construção de redes alternativas e com a limpeza das represas. Segundo a Defesa Civil do município, porém, a situação só deve se normalizar dentro de uma a duas semanas.
Tanto em Paranaguá quanto em Antonina há caminhões-pipa abastecendo os moradores. Em Antonina, eles passam de rua em rua. Em Paranaguá, há 22 pontos de distribuição de água à população.
Apesar de não estar mais chovendo no litoral, a Defesa Civil do Paraná continua atenta a possíveis deslizamentos de terra.
"As montanhas ainda estão muito instáveis. Todo dia temos informação de um novo pequeno deslizamento", diz o major Edenilson de Barros, que comanda as operações na região. Quatro geólogos do governo estadual estão de plantão nas cidades atingidas.

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