O candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, disse hoje que o nome de seu vice será anunciado em, no máximo, quatro dias, ou seja, até domingo. O tucano esquivou-se, no entanto, de detalhar os critérios do partido para a escolha. Desde a recusa ao posto do ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o PSDB vive um cenário de indefinição, sem qualquer voluntário para a vaga. "Eu não vou falar de vice. Nenhuma palavra. Dá muita confusão", disse Serra ao ser questionado por jornalistas durante caminhada de campanha no centro de Guarulhos, na Grande São Paulo. "Logo vai ter (um vice), em três ou quatro dias."
O tucano negou-se a comentar denúncias contra o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, cotado para o posto de vice. De acordo com reportagem publicada hoje no jornal "Folha de S.Paulo", Guerra teria nomeado para seu escritório no Recife (PE) nove funcionários fantasmas. Questionado sobre o assunto, Serra virou-se de costas e continuou a caminhada pela região de comércio.
Serra caminhou por uma hora pelo calçadão, ladeado pelos candidatos a governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a senador, Orestes Quércia (PMDB), e a deputado federal, Carlos Roberto, presidente do PSDB de Guarulhos. O número de assessores, seguranças e jornalistas - mais de 60 no total - cercando os políticos provocou empurra-empurra. "Não tá dando para andar", reclamou Serra.
Durante o corpo-a-corpo, Serra ouviu dezenas de declarações de voto, foi beijado, abraçado e tirou fotografias com todos os populares que pediam, com prioridade às crianças. Respondia aos elogios com sorrisos e agradecimentos, segurando forte a mão dos eleitores. Animado, chegou a ensaiar passos de dança com meninas que lhe cantarolaram uma música. Muitos populares aproximavam-se da aglomeração para aparecer nas fotografias e filmagens. "Em que canal vai passar?", perguntavam aos jornalistas logo depois de abraçar Serra. Uma estátua-viva fez graça com o tucano e beijou-lhe a mão, que ficou pintada de prateado.
O candidato enfrentou pelo menos dois momentos de tensão. Um homem aproximou-se e chamou Serra de "mentiroso". "Político só vem aqui em época de eleição", gritava. Serra virou-se para ele e respondeu: "Já vim aqui um monte de vezes. Não é a primeira vez, não." Já uma mulher acompanhou um trecho do cortejo e berrou: "O senhor só fez mal aos professores. Professor não vota no Serra."
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