no Josias de Souza
Fábio Pozzebom/ABr
Corria o ano de 2007. Mês de janeiro. Dia 17. Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff recebeu uma carta do empresário José Roberto Melo e Silva.
Os repórteres Elvira Lobato e Mario Cesar Carvalho obtiveram cópia da correspondência. Em notícia veiculada nesta quinta (28), contam o seguinte:
A empresa de José Roberto, Unicel, disputava na Anatel uma licitação que daria ao vencedor o direito de explorar a telefonia celular na Grande São Paulo.
Um “filé mingnon”, para usar expressão cara a Dilma. Pois bem. Na carta endereçada à superministra, o empresário queixava-se da Anatel.
Em essência, Acusava a agência de prejudicar a Unicel na disputa. Erenice Guerra remeteu a Carta à Anatel. Cobrou explicações.
Até aí, nada demais. Nessa época, Erenice era a segunda de Dilma. O diabo é que o marido de Erenice, José Roberto Campos, era consultor da Unicel.
Mais: o dono da empresa, José Roberto Melo e Silva, é padrinho do casal.
Pior: a Unicel não cumprira as exigências do edital da Anatel. Para participar da licitação, exigia-se depósito de R$ 9,3 milhões. A Unicel depositor R$ 930 mil.
Dito de outro modo: Erenice usou carta enviada pelo padrinho de casamento à chefe, para pressionar a Anatel em favor de empresa que pagava o salário de seu marido.
Para resumir um caso longo: Depois de a encrenca fazer uma escala no Judiciário, a Anatel deu à Unicel a pretendida concessão.
Autorizou a empresa a operar telefones celulares na região metropolitana de São Paulo, o mercado mais próspero do país.
Hoje, a empresa do padrinho de Erenice encontra-se em estado pré-falimentar. Não teve experiência nem capacidade financeira para prover serviços telefônicos.
Os movimentos de Erenice em favor da Unicel foram mencionados em reportagem de Veja. A carta veiculada agora corrobora o fato.
Por meio de seus advogados, Erenice nega que tenha pressionado a Anatel. E quanto a Dilma?
Bem, a candidata de Lula manda dizer que não sabia que o presidene da Unicel era padrinho de casamento de Erenice nem que o marido dela era consultor da empresa.
Na campanha, Dilma se vende como uma superministra. Coordenava todo o governo. Por vezes, tem-se a impressão de que mandava mais que o chefe.
Dilma só não coordenava Erenice, a assessora que fazia e acontecia sob o seu nariz.
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