Presos trabalhavam para instituto contratado pela coligação de Iris Rezende.
Candidato nega irregularidade; instituto diz ter havido 'lamentável equívoco'.
Do G1
A Polícia Federal em Anápolis (GO) prendeu nesta quarta-feira (27) 15 pessoas por suspeita de compra de votos em favor de um candidato ao governo do estado. Segundo o delegado Angelino Alves de Oliveira, as prisões ocorreram por volta das 22h, em um hotel da cidade. Nesta quinta-feira (28), o juiz eleitoral Carlos Limongi determinou a liberdade de nove presos, porque eles teriam colaborado com a investigação.
Todos os presos trabalhavam para o instituto de pesquisas Verus, contratado pela coligação do candidato ao governo de Goiás Iris Rezende (PMDB). A coligação confirmou ter contratado o instituto, para a realização de pesquisa no segundo turno. O instituto e a coligação, porém, negam irregularidades.
Segundo o delegado, os funcionários do Instituto Verus foram indiciados com base no artigo 299 do Código Eleitoral (“dar ou receber vantagem econômica em benefício de votos”). Eles teriam dado R$ 50 aos eleitores que compareceram ao hotel para responder perguntas sobre candidatos ao governo do estado.
Segundo Oliveira, os funcionários do instituto faziam perguntas no formato dos questionários de pesquisas eleitorais. Os eleitores recebiam a promessa de ganhar um “brinde” ao final. Durante as perguntas, segundo a PF, os funcionários direcionariam os eleitores a votar em um candidato específico.
“Tínhamos denúncia da semana passada de que estavam fazendo isso, mas não tínhamos o lugar certo, porque entrevistavam a pessoa na rua, pegavam endereço na rua e chamavam pra reunião em dia tal e em tal hora. [Diziam] ‘Comparece que vai ter um brinde, se não quiser vou chamar outra pessoa’”, disse o delegado.
“Tínhamos denúncia da semana passada de que estavam fazendo isso, mas não tínhamos o lugar certo, porque entrevistavam a pessoa na rua, pegavam endereço na rua e chamavam pra reunião em dia tal e em tal hora. [Diziam] ‘Comparece que vai ter um brinde, se não quiser vou chamar outra pessoa’”, disse o delegado.
“Inicialmente fariam perguntas e mostravam a ficha do candidato, questionavam, ‘Será que esse candidato vai fazer isso?’. Seria uma forma de direcionar o eleitor pra escolher determinado candidato. O cenário das reuniões era pra dar um ar que fosse pesquisa, mas constatamos que era uma espécie de pesquisa simulada. No fim era pra direcionar os eleitores pra votar em determinado candidato”, afirmou.
O delegado disse que os eleitores que estavam presentes quando a ação da PF ocorreu confirmaram que recebiam R$ 50 em um envelope após responder as perguntas. “Isso caracteriza compra de votos”, disse Oliveira. Dois dos eleitores teriam se recusado a receber o dinheiro, segundo o delegado.
Ele informou que foram apreendidos R$ 1.292 e um laptop, no qual seriam mostrados vídeos das campanhas com as promessas dos candidatos. “Em cima dessas falas, teciam comentários”, disse.
O delegado disse que os eleitores que estavam presentes quando a ação da PF ocorreu confirmaram que recebiam R$ 50 em um envelope após responder as perguntas. “Isso caracteriza compra de votos”, disse Oliveira. Dois dos eleitores teriam se recusado a receber o dinheiro, segundo o delegado.
Ele informou que foram apreendidos R$ 1.292 e um laptop, no qual seriam mostrados vídeos das campanhas com as promessas dos candidatos. “Em cima dessas falas, teciam comentários”, disse.
'Lamentável equívoco'
O presidente do Verus, Luis Felipe Gomes, negou irregularidades. “A gente foi vítima de um lamentável equívoco, que esperamos que seja corrigido o mais breve possível.”
O presidente do Verus, Luis Felipe Gomes, negou irregularidades. “A gente foi vítima de um lamentável equívoco, que esperamos que seja corrigido o mais breve possível.”
Segundo Gomes, o pagamento após as respostas não caracteriza compra de votos. “A oferta de brindes [é] em forma de agradecimento pela pessoa ter se disponibilizado, cedeu seu tempo e concedeu seu tempo para a realização do trabalho”, disse. O instituto foi contratado pela coligação do candidato ao governo de Goiás Iris Rezende (PMDB).
A assessoria de Iris Rezende confirmou que o Instituto Verus foi contratado em sua campanha no segundo turno, para a realização de uma pesquisa qualitativa. O objetivo desse tipo de pesquisa é descobrir se o eleitor votaria no candidato, se esse voto é consolidado ou se é passível de mudança.
Segundo a assessoria, o pagamento aos eleitores seria um “procedimento padrão” da empresa, não da coligação, pois as pessoas poderiam ficar até quatro horas respondendo as perguntas. Seria um “valor simbólico” e “uma ajuda de custo”, informou a coligação.
A assessoria de Iris Rezende confirmou que o Instituto Verus foi contratado em sua campanha no segundo turno, para a realização de uma pesquisa qualitativa. O objetivo desse tipo de pesquisa é descobrir se o eleitor votaria no candidato, se esse voto é consolidado ou se é passível de mudança.
Segundo a assessoria, o pagamento aos eleitores seria um “procedimento padrão” da empresa, não da coligação, pois as pessoas poderiam ficar até quatro horas respondendo as perguntas. Seria um “valor simbólico” e “uma ajuda de custo”, informou a coligação.
Ainda segundo a assessoria, “a lógica do delegado é torta”, pois um candidato que compra votos não precisa conquistar ou induzir o eleitor a votar.
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