Cláudia Trevisan - O Estado de S.Paulo
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, afirmou ontem que o Brasil vai honrar a promessa de reconhecer a China como economia de mercado, feita em 2004 em memorando de entendimentos assinados por autoridades de ambos os países. "Não temos intenção de não cumprir o acordo ou de protelar sua adoção", disse.
Segundo ele, o memorando de 2004 traz outros elementos, como o aumentos dos investimentos da China, e também envolve questões de natureza técnica. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ressaltou que a concessão do status de economia de mercado à China não é prioridade nas conversas entre os dois países, focadas na da visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim em abril.
O setor industrial brasileiro se opõe à medida, porque ela dificultaria a adoção de ações antidumping contra produtos importados do país asiático. Atualmente, essas barreiras podem ser aplicadas comparando-se os preços praticados pela China com o de outros países, quase sempre mais altos. Se a promessa de 2004 for cumprida, os valores de exportação terão de ser comparados com os preços adotados dentro do mercado chinês.
Anteontem, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, tomou a iniciativa de mencionar o caso da Embraer no encontro que teve com Patriota e Pimentel.
Os representantes brasileiros interpretaram a declaração de Jiabao como um indício de que o caso da Embraer poderá ser solucionado, possivelmente durante a visita da presidente Dilma, em abril.
Depois dela, o primeiro-ministro chinês deverá realizar sua primeira viagem ao Brasil, disse Patriota.
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