No Último Segundo
CARACAS - Um dia que o presidente Hugo Chávez gostaria de esquecer. É dessa forma que os venezuelanos classificam a segunda-feira negra, marcada pelas renúncias do vice-presidente Ramón Carrizález, da ministra do Meio Ambiente Yuviri Ortega, e do presidente do Banco de Venezuela Eugenio Vázquez Orellana.
Coincidentemente, todos alegaram problemas de ordem pessoal para abandonar o o governo. Mas tanto no meio político quanto no financeiro, os motivos são outros. Carrizález, um militar reformado que era considerado um dos homens mais próximos de Chávez, já vinha demonstrando insatisfação com os rumos da política bolivariana do presidente venezuelano.
De acordo com a Globovisión, rede de televisão antichavista, o estopim da crise teria sido a interferência em um acordo militar com a Rússia. Carrizález, que também era ministro da Defesa, se sentiu esvaziado depois que Chávez declarou sigilo na utilização de um crédito de US$ 2,2 bilhões para a compra de material bélico. A oposição acusa Chávez de estar empregando o dinheiro em outras áreas do governo, principalmente nos programas de distribuição de alimentos.
Yuviri Ortega, por sua vez, teria pedido demissão por não concordar com o plano de emergência energética que o governo venezuelano está colocando em ação. Sem um planejamento estratégico de longo de prazo, Chávez decidiu erguer mais de uma dezena de usinas termelétricas extremamente poluidoras. Ortega é esposa de Carrizález. Com a decisão do ex-vice-presidente de abandonar o governo, a ministra do Meio Ambiente acabou achando a saída mais fácil para também saltar do barco governista.
Divergência econômica
A última baixa importante na equipe de Chávez foi Eugenio Vázquez Orellana, presidente do Banco de Venezuela, instituição que pertencia ao Santander e foi estatizada pelo governo em julho do ano passado. Orellana era homem de confiança do ex-ministro da Economia e atual titular da pasta de Energia Elétrica, o advogado Alí Rodríguez Araque.
Com a mudança na área econômica, Orellana passou a bater de frente com Jorge Giordani, atual ministro da Economia. Pesou também contra ele os sucessivos resultados pífios do Banco de Venezuela desde que passou ao controle do Estado. Em seis meses de gestão, o banco caiu da primeira para a terceira posição no ranking nacional. O faturamento, por sua vez, despencou 25%.
Protestos
Como se não bastassem os problemas internos, Hugo Chávez também ordenou, pela segunda vez, o encerramento das transmissões do canal de televisão RCTV, contumaz pedra no sapato do presidente venezuelano. A justificativa é que a rede desrespeitava a lei de transmissão de material do governo, especialmente os longos discursos de Chávez. Outras cinco redes também foram fechadas.
O resultado foi uma onda de protestos que ocupou boa parte das ruas de Caracas durante todo o dia, em uma reedição da marcha de oposição que marcou a última sexta-feira. Estudantes enfrentaram a polícia, que respondeu com gás lacrimogênio. Outro protesto está marcada para ocorrer às 10h da manhã no horário de Caracas, na Praça Venezuela.
Organismos internacionais como a Sociedade Interamericana de Imprensa e a Organização dos Estados Americanos condenaram firmemente a decisão do governo.
Coincidentemente, todos alegaram problemas de ordem pessoal para abandonar o o governo. Mas tanto no meio político quanto no financeiro, os motivos são outros. Carrizález, um militar reformado que era considerado um dos homens mais próximos de Chávez, já vinha demonstrando insatisfação com os rumos da política bolivariana do presidente venezuelano.
De acordo com a Globovisión, rede de televisão antichavista, o estopim da crise teria sido a interferência em um acordo militar com a Rússia. Carrizález, que também era ministro da Defesa, se sentiu esvaziado depois que Chávez declarou sigilo na utilização de um crédito de US$ 2,2 bilhões para a compra de material bélico. A oposição acusa Chávez de estar empregando o dinheiro em outras áreas do governo, principalmente nos programas de distribuição de alimentos.
Yuviri Ortega, por sua vez, teria pedido demissão por não concordar com o plano de emergência energética que o governo venezuelano está colocando em ação. Sem um planejamento estratégico de longo de prazo, Chávez decidiu erguer mais de uma dezena de usinas termelétricas extremamente poluidoras. Ortega é esposa de Carrizález. Com a decisão do ex-vice-presidente de abandonar o governo, a ministra do Meio Ambiente acabou achando a saída mais fácil para também saltar do barco governista.
Divergência econômica
A última baixa importante na equipe de Chávez foi Eugenio Vázquez Orellana, presidente do Banco de Venezuela, instituição que pertencia ao Santander e foi estatizada pelo governo em julho do ano passado. Orellana era homem de confiança do ex-ministro da Economia e atual titular da pasta de Energia Elétrica, o advogado Alí Rodríguez Araque.
Com a mudança na área econômica, Orellana passou a bater de frente com Jorge Giordani, atual ministro da Economia. Pesou também contra ele os sucessivos resultados pífios do Banco de Venezuela desde que passou ao controle do Estado. Em seis meses de gestão, o banco caiu da primeira para a terceira posição no ranking nacional. O faturamento, por sua vez, despencou 25%.
Protestos
Como se não bastassem os problemas internos, Hugo Chávez também ordenou, pela segunda vez, o encerramento das transmissões do canal de televisão RCTV, contumaz pedra no sapato do presidente venezuelano. A justificativa é que a rede desrespeitava a lei de transmissão de material do governo, especialmente os longos discursos de Chávez. Outras cinco redes também foram fechadas.
O resultado foi uma onda de protestos que ocupou boa parte das ruas de Caracas durante todo o dia, em uma reedição da marcha de oposição que marcou a última sexta-feira. Estudantes enfrentaram a polícia, que respondeu com gás lacrimogênio. Outro protesto está marcada para ocorrer às 10h da manhã no horário de Caracas, na Praça Venezuela.
Organismos internacionais como a Sociedade Interamericana de Imprensa e a Organização dos Estados Americanos condenaram firmemente a decisão do governo.
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