Foto: Wilson Dias/Abr
Por Rudolfo Lago*
No Congresso em foco
uma estratégia comum em corridas de longa distância. É usada também em provas de ciclismo, e mesmo no automobilismo em corridas tipo 24 Horas de Le Mans. Entre os competidores de uma mesma equipe, elege-se um para assumir um ritmo muito forte no início, acima do recomendável. É o chamado “coelho”. O objetivo é fazer com que os adversários o sigam, na disparada que ele dá. Passado um tempo de corrida, nem ele nem os adversários que caírem na artimanha vão aguentar o ritmo: vão cansar (ou, no caso das corridas de automóvel, vão quebrar), abrindo espaço para o integrante da equipe que estava mesmo destinado a vencer a prova, e que vinha atrás, num ritmo mais adequado. O comportamento errático que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) apresenta na corrida presidencial muitas vezes me dá a sensação de que, nessa disputa, ele na verdade pertença à mesma equipe de Dilma Rousseff, e que compete para fazê-la ganhar. Guardadas as diferenças que essa corrida tem para as corridas esportivas, Ciro parece fazer esse papel de coelho. Sua tarefa ali parece ser apenas embaralhar o jogo, confundir as coisas, aumentando as dúvidas que fariam com que os adversários demorassem a definir quem escalariam – se José Serra ou Aécio Neves - para enfrentar o candidato de Lula, pelas dúvidas sobre quais variáveis teriam que enfrentar. Se assim não fosse, como explicar Ciro? Como explicar que um candidato de fato se permitisse ir caindo nas pesquisas sem reação? Como explicar que alguém que de fato tivesse a pretensão de disputar a Presidência da República aceitasse antes a hipótese de transferir seu título eleitoral para São Paulo, onde nasceu mas nunca teve vida política, se a negociação dessa alternativa já não acontecesse desde o início? Onde está Ciro? Que fatos ele está produzindo? Que declarações tem dado? Agora, definido pela oposição que o candidato será mesmo o governador de São Paulo, José Serra, noticia-se que o governo iniciará uma ofensiva para tirar Ciro do páreo eleitoral. Foi o governo que o botou no páreo. Agora, será o governo quem vai tirá-lo. Leia na ÍNTEGRA
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