Efe
COPIAPÓ - A cidade de Copiapó está em festa para celebrar o final feliz do drama que manteve 33 mineradores soterrados a mais de 600 metros de profundidade durante 70 dias.
Cerca de 3 mil pessoas se concentraram na Praça de Armas, no centro da cidade, a 45 quilômetros da mina San José, para presenciar em uma tela gigante os últimos instantes dessa saga, digna de roteiro cinematográfico.
"Isso que passou na mina é algo inexplicável. Parece que é impossível e que essas coisas só acontecem nos filmes", assinalou a moradora local Doris Duran, quem estava acompanhada por sua pequena filha de seis anos.
A chegada à superfície do topógrafo Luis Urzúa, o último dos 33 mineradores a ser resgatado da jazida, suscitou a euforia nesta pequena e aprazível cidade do Deserto do Atacama, pouco acostumada a tantos holofotes.
"Em Copiapó, não costumamos organizar festas assim, nem quando a seleção chilena vence. O que ocorre é que deixamos sair a tensão acumulada durante mais de dois meses", reconheceu Joel Rupallán, um jovem de 23 anos.
A Praça de Armas se tingiu das cores da bandeira chilena e dos cartazes com os retratos dos 33 operários, considerados os "heróis do Bicentenário" da independência do país.
As ruas explodiram em uma algaravia de buzinas, complementadas por algumas cornetas.
Shows musicais e tambores de alguns grupos isolados reforçaram a sensação de superação do mais longo período de clausura subterrâneo da história.
Para Teresa Yáñez, uma moradora de 60 anos, essas semanas de angústia foram como "viver em uma bolha" devido à grande expectativa que se levantou em sua cidade.
Ela prevê que, em poucos meses, Copiapó voltará à letargia de costume. No entanto, na memória do mundo, a cidade será recordada como o palco do "milagre dos 33".
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