8 de outubro (Reuters) - Na estreia do programa eleitoral no rádio, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, declarou-se favorável à vida, em resposta indireta a críticas de que seria defensora do aborto, e seu rival, José Serra (PSDB), exaltou sua experiência e insistiu que Dilma não tem bagagem para presidir o país.
Os dois candidatos também "somaram" seus votos aos conseguidos pela ex-presidenciável do PV, Marina Silva. Dilma disse que os brasileiros deram 67 milhões de votos para mulheres e Serra afirmou que 55 milhões de brasileiros rejeitaram a candidata petista.
Logo no início da propaganda da petista, que manteve o mesmo formato, um dos locutores se disse feliz por poder aprofundar o debate no segundo turno, mas indignado por considerar que Dilma "está sendo vítima de uma das campanhas mais sujas" que já existiram.
O voto religioso tem sido apontado como um dos responsáveis por impedir a vitória de Dilma já no primeiro turno, como era apontado por algumas pesquisas. Uma suposta posição de Dilma favorável ao aborto tem sido motivo de críticas à petista. Ela, no entanto, negou reiteradamente ser favorável ao aborto, que classificou de "uma violência contra a mulher" em debate realizado por entidades católicas no primeiro turno.
"Quero, neste segundo turno fazer uma campanha, antes de tudo, em defesa da vida", disse Dilma durante o programa. "Vamos também debater com muita clareza qual dos dois modelos que estão aí é melhor para o futuro do país. E fazer isso sem mentiras, sem ataques pessoais e sem agressões."
Sob novo formato, a propaganda de Serra voltou a exaltar a experiência do candidato tucano. "O cara só não foi vereador e presidente, o resto já foi tudo. E essa é a principal diferença em relação à Dilma", disse uma locutora.
"Não se pode colocar na cadeira de presidente em 1o de janeiro do ano que vem alguém que realmente a população não saiba realmente quem é, o que pensa, o que fez e o que pretende fazer", disse Serra, repetindo o mote usado por sua campanha no primeiro turno de que Dilma não tem experiência para presidir o país.
O presidenciável do PSDB também fez ataques indiretos à denúncias envolvendo o governo federal. "Não há nada pior para o Brasil do que ter governos em que haja mau comportamento, que serve de péssimo exemplo para a população", disse.
"Nós precisamos ter um governo que mostre para a população que trabalhar vale a pena, estudar vale a pena, ser decente vale a pena", completou.
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