quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Veteranos do Partido Comunista da China pedem reforma política após Nobel



DA EFE, EM PEQUIM

Um grupo de 23 veteranos do Partido Comunista da China, que está no poder desde 1949, entre eles o antigo secretário de Mao Tsé-tung, pediu ao governo de Pequim uma reforma política nacional, aproveitando a concessão do Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo, que cumpre pena por pedir democracia no país.
A carta aberta do grupo, publicada primeiro pela imprensa de Hong Kong (a ex-colônia britânica que ainda conserva certa liberdade de imprensa), circula hoje por blogs da China continental e pelo microblog Twitter, pelo qual centenas de ativistas a reenviam, enquanto a censura chinesa tenta eliminá-la da rede.
Foram 23 os signatários originais da carta, mas ela reuniu até hoje mais de 500 assinaturas de cidadãos com idades entre 20 e 70 anos.
Os 23 veteranos pedem reformas como a abolição do aparelho censor do Governo para permitir a liberdade de imprensa, a liberdade de publicação aos editoriais e a garantia do direito dos jornalistas chineses a trabalhar em liberdade e sem interferências.
Entre os signatários está Li Rui, antigo secretário do falecido líder Mao Tsé-tung, e Hu Jiwei, ex-editor-chefe do "Diário do Povo", que atua quase como porta-voz do Partido.
A carta aberta, publicada primeiro na internet, pede também que os jornais e livros que são publicados em Hong Kong e Macau possam chegar sem restrições até as livrarias chinesas.
Os signatários lembram que a falta de liberdade de expressão, que está incluída na Constituição chinesa desde 1982, "é um escândalo na história do mundo e da democracia".
O documento condena o departamento de Propaganda, braço censor do Governo, qualificando-o de "mão negra". O órgão tem poder de ocultar os pedidos de reforma política do primeiro-ministro, Wen Jiabao.

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