sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Deputado da meia pede desculpas a eleitores

Mário Coelho

O deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido) começou a enviar nesta sexta-feira (26) uma carta endereçada aos seus eleitores onde pede desculpas "pelo constrangimento que toda essa situação provocou". No texto, endereçado a 10 mil pessoas no Distrito Federal, ele se refere às imagens divulgadas em que é flagrado colocando dinheiro na meia e, depois, fazendo uma oração pedindo proteção ao ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, responsável pela distribuição de propina. "Espero que você e sua família que possam estar desvencilhados de prejulgamentos e eu avaliem com serenidade o julgamento que setores da mídia já fizeram a meu respeito", afirmou.

Ontem (25), a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara decidiu abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra Prudente. O relator será o deputado Batista das Cooperativas (PRP). Na carta, o distrital afirma que está aguardando o "momento certo" para apresentar sua defesa. Porém, diz que as versões do mensalão do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido) foram "maldosamente apresentadas para confundir o telespectador, gerar comoção, indignação e liquidar meu mandato, minha honra e meu futuro político".

"Já admiti publicamente e reafirmo que errei, e estou pagando um preço muito alto, mas tenho certeza que as investigações irão revelar a verdade dos fatos e que o processo legal e a justiça serão novamente reestabelecidos", afirmou.

Como Arruda fez depois de admitir que violou o painel de votações do Senado, em 2001, Prudente adotou a tática de pedir desculpas para seu eleitorado. Hoje, preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador usou bem a estratégia. Após renunciar e passar três anos se desculpando com seu eleitorado, foi eleito deputado federal com a maior votação proporcional nas eleições de 2002.

No texto, ele reforça que não vai se candidatar a nenhum cargo nas eleições de outubro. Como se desfiliou do DEM após sua expulsão ser dada como certa, ele não pode mais se filiar à outra agremiação. "Não serei candidato a nenhum cargo eletivo em 2010, apenas desejo refutar os fatos inerentes à minha pessoa, colocando-os na forma verdadeira como eles ocorreram", disse.

Leia a íntegra da carta: No Congresso em Foco

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