O senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado, diz que o partido vem enfrentando "com racionalidade" os sucessivos escândalos que atingem a legenda.
Ele garante que o correligionário e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, cassado neste fim de semana pela Justiça Eleitroal, tem o "apoio integral" do partido.
Em entrevista a Terra Magazine, Agripino comenta a postura do DEM diante da cassação do prefeito de São Paulo - que conseguiu suspender a medida na Justiça - e o escândalo de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, ex-filiado à sigla.
"O DEM está tendo uma atitude digna", diz, em referência à expulsão de Arruda da agremiação. "Está construindo um discurso que o PT não tem", cutuca.
Para protestar contra a cassação de Kassab, o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), defendeu a obstrução das votações envolvendo os projetos do Pré-Sal na Casa.
Questionado a respeito, Agripino desconversa. "Isso nós ainda vamos ter que sentar e discutir".
Confira a entrevista com o senador:
Terra Magazine - Primeiro o escândalo envolvendo o governador Arruda, agora a cassação de Kassab. Como o DEM lida com esse cenário? São dois dos maiores, senão os maiores quadros do partido. José Agripino - Com racionalidade. O escândalo do DF é o escândalo do DF, não é do DEM. O DEM como partido está tomando providências; já tomou com Arruda e agora vai tomar com Paulo Octávio. Está provocando a expulsão de todos os seus filiados que estejam claramente comprometidos com a prática atual. Esse assunto já está decidido a nível de Executiva do partido, e em processo de conclusão no caso de Paulo Octávio.
E em relação ao prefeito Kassab? O Kassab é acusado de ter recebido doações como o presidente Lula recebeu. Igualzinho. As contas do Lula já foram aprovadas, como as do Kassab já haviam sido aprovadas. Esse assunto tende a ser rapidamente esclarecido e dirimido. O prefeito Kassab tem a nossa integral confiança.
E de que maneira isso prejudica a imagem do partido? Todo contencioso que você tem de explicar gera desgaste, mas é natural da política. É enfrentar os fatos e recuperar o desgaste.
Acredita que esse desgaste possa afetar as negociações do DEM com o PSDB para se obter a candidatura à vice-presidência? Em absoluto, até porque o DEM está tendo uma atitude digna. Está construindo um discurso que o PT não tem. O PT recebe aos abraços os seus mensaleiros, acusados do (mesmo) que o Arruda é acusado. Mas não expulsou ninguém. Quem está dando exemplo é o DEM, isso precisa ficar muito claro. Na hora oportuna isso ficará muito claro. O PT não terá o que dizer; nós teremos. Nós cortamos na própria carne.
O líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), disse que o partido iria obstruir a aprovação dos projetos do pré-sal... ...Isso é outra coisa.
Mas isso não tem relação com a situação em São Paulo? Isso nós ainda vamos ter que sentar e discutir.
O partido ainda não decidiu pela obstrução? Nós temos que cuidar da administração tópica do caso Kassab e do caso Arruda.
Mas a questão da obstrução na Câmara ainda não está decidida pelo partido? Discutiremos isso com a bancada na Câmara e no Senado para termos uma atitude conjunta.
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O demagogo José Agripino apoiará o Kassab só até ter a certeza que perderá o mandato. Foi assim com o Arruda e foi assim com Paulo Otávio. Primeiro finge que não sabe da roubalheira, depois que tudo está perdido, vem com essa, estamos fora.
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