MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
Após se desfiliar do DEM, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (sem partido), decidiu nesta terça-feira renunciar ao cargo. Segundo a assessoria do governador interino, ele vai entregar a carta de renúncia às 17h na Câmara Legislativa do DF.
Interlocutores do governador interino, afirmam que sua decisão é consequência da falta de apoio de partido aliados para permanecer no comando do DF.
Com a renúncia de Paulo Octávio, o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), deve assumir interinamente o governo do DF.
Paulo Octávio assumiu o governo no dia 11, quando o governador José Roberto Arruda (sem partido) foi preso e afastado do cargo por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele e Arruda são suspeitos de participar de um esquema de arrecadação e pagamento de propina no DF.
Na semana passada, o governador interino já havia ensaiado Paulo Octávio irritou os distritais e a cúpula do DEM ao ensaiar a renúncia e depois recuar.
No discurso, Paulo Octávio ainda fez referências ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se manter no governo. Na avaliação do comando do DEM, ele assinou sua ficha de desfiliação ao citar o presidente.
Na ocasião, Paulo Octávio disse que permanecia no governo do Distrito Federal pelo menos até o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre a intervenção no DF feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Desfiliação
Hoje à tarde, pressionado pela cúpula do DEM, Paulo Octávio pediu sua desfiliação do partido. Ele encaminhou o pedido para o presidente nacional da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Segundo o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), Paulo Octávio não apresentou motivos para pedir desfiliação. No entanto, ele estaria evitando ser expulso da legenda. "Ele já sabia que não se enquadrava mais nas nossas diretrizes."
A bancada do DEM no Senado já havia decidido hoje, por unanimidade, pedir a expulsão de Paulo Octávio na reunião da Executiva marcada para amanhã. O partido também havia dado prazo até amanhã (24) para que o governador interino decidisse se queria ficar no partido ou no governo.
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