terça-feira, 3 de agosto de 2010

Morta a pedradas - Mara Montezuma Assaf

Mara Montezuma Assaf no Jornal do Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não oferece abrigo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani.

Ou será que ele vai pedir a libertação da pobre mulher? Viúva, dois filhos, Sakineh foi presa em 2005 pelo regime fundamentalista do Irã. Dois anos depois, levada a julgamento, e logo foram-lhe aplicadas 99 chibatadas.

O crime da cidadã iraniana? Adultério. E a pena que agora a espera: morta por apedrejamento, com pedras pequenas para que seu sofrimento seja maior.

Condoído da sorte de Sakineh, o presidente Lula só está quebrando o galho do seu amigo Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã, que se encontra num dilema: ou faz cumprir a lei de Maomé e manda apedrejar a pobre mulher, sabendo da repercussão mundial negativa de tão nefando ato, ou não faz cumprir a lei e será alvo das críticas internas dos seguidores fanáticos da shariah, a lei islâmica segundo a qual uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou as axilas) e apedrejada até a morte.

Quem decreta a sentença são tribunais religiosos baseados na interpretação do livro sagrado do islã, o Alcorão.

E quem executa são os cidadãos daquela localidade.

Disse o presidente Lula: Eu tenho que respeitar a lei de um país, mas, se vale minha amizade e o carinho que tenho pelo presidente do Irã e pelo povo iraniano, se esta mulher está causando incômodo, nós a receberíamos no Brasil.

Se dependesse de Lula, Sakineh poderia até ser apedrejada até a morte... o que lhe importa realmente é livrar Ahmadinejad de um mero incômodo... que é a que ficou reduzida a pobre mulher nas palavras do próprio presidente Lula.

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