segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Brasil envia Amorim para conversar com Piñera, um mês depois de sua eleição



Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Cerca de um mês depois de eleito, o futuro presidente do Chile, o direitista Sebastián Piñera, se reúne no dia 12 com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim. A eleição de Piñera rompeu com o domínio da esquerda chilena que estava no poder há 20 anos.

Para o Brasil, é fundamental buscar a ampliação das relações comerciais com os chilenos. Para negociadores brasileiros, esse será o tom da conversa entre Amorim e Piñera.

Será o primeiro encontro de uma autoridade brasileira com Piñera, depois de sua eleição - no último dia 17. Antes, ainda durante a disputa para o primeiro turno no ano passado, o presidente eleito esteve no Brasil e conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de vitorioso, Piñera reiterou que pretende voltar ao Brasil, mas ainda não definiu a data.

Diplomatas que acompanham o processo político e econômico no Chile afirmam que a vitória de Piñera não afetará negativamente as relações com o Brasil. De acordo com eles, há, inclusive, uma tendência à ampliação, considerando que o presidente eleito é empresário e, portanto, dispõe de uma visão comercial diferente dos seus antecessores.

O encontro de Amorim com Piñera será em Santiago (capital chilena). O chanceler também tem reuniões com o atual ministro das Relações Exteriores do Chile, Mariano Fernández, e outras autoridades.

Apontada como pré-candidata às eleições presidenciais, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que a vitória de Piñera serve como alerta para a esquerda brasileira. Segundo a ministra, as esquerdas no Brasil devem se unir – o que não ocorreu no Chile. No país vizinho, a principal coligação de esquerda, a Concertación, sofreu um racha e, ao final, houve três candidatos de esquerda.

Piñera venceu com 51,6% dos votos contra 48,3% dados ao candidato governista e ex-presidente da República Eduardo Frei Ruiz, de centro-esquerda (Concertación), que era apoiado pela presidente do Chile, Michellet Bachelet. A eleição foi considerada a mais apertada da história da redemocratização do Chile. O oposicionista venceu com o discurso da mudança e renovação.

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