segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
OS INTELECTUAIS E A POBREZA
Darwin
Por Claudio Lessa
No Brasil – o país do futuro com educação do passado, um diz “mata” e o outro diz “esfola”. Por aqui, segundo dados do Indicador de Alfabetismo Nacional, já enfrentamos um problemão: de cada dez brasileiros entre 15 e 64 anos, menos de três são alfabetizados plenos – ou seja, só 25% conseguem ler textos longos, diferenciar um fato de uma opinião, resolver um problema matemático com percentagem ou mesmo interpretar uma simples tabela. O que isso significa? Que o fazendão continua com pouco mais de 75% de analfabetos funcionais. Você realmente acha uma coincidência que o apoio à camarilha que tomou conta dos órgãos públicos a partir do Palácio do Planalto esteja no mesmo patamar?
Dentro dessa panela de pressão onde quase tudo o que cozinha é carne de terceira, envenenando o almoço, há os que se destacam por fazer pose de intelectuais, jogando charme em cima daqueles que mal conseguem assinar o próprio nome e ler o número do ônibus que precisam tomar (quando há transporte coletivo disponível). Não dá nem para falar de ciência e tecnologia: o Brasil do século 21, em termos de prioridade e comprometimento com o estratégico setor, ainda está no século 20. Em reuniões com o perfil do inferno (onde, segundo se informa, habita um monte de gente bem-intencionada), como o tal Fórum Social Mundial, uma dessa figuras – Emir Sader – resolveu citar a Bolívia como exemplo de um outro mundo possível.
E não é que ele tem razão? Na Bolívia, sem saída para o mar, com grande contingente indígena na população, o plantio da coca – a matéria-prima da cocaína – é estimulada sob inúmeros disfarces; as “cholitas”, aquelas pitorescas figurinhas femininas de chapéu côco e longas mantas coloridas, se agacham e fazem cocô em qualquer lugar, sem o menor constrangimento – é um traço cultural daquela sociedade; o pereba que atualmente reina por lá é um lacaio de Hugo Chavez e quer impor, entre outras coisas, restrições à liberdade de imprensa. Tudo isso existe, e tem gente que gosta. Portanto, é um outro mundo possível. Especialmente para gente como Emir Sader, aparentemente nostálgica pela vida do século 19. Afinal, Joãosinho Trinta já bateu o martelo sobre essa questão quando disse que “quem gosta de miséria é intelectual.” Leia na ÍNTEGRA DIRETO DA REDAÇÃO
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